G1
A Polícia Civil do RJ prendeu nesta segunda-feira (22) as duas mulheres suspeitas da morte do chileno Ronald Tejeda Sobarzo, encontrado gravemente ferido com o amigo Andrés Orellana Ruiz no fim de semana retrasado.
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Davina Cristina de Moraes Melo e Tuane Silva da Costa foram presas por agentes da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As defesas de Davina e de Tuane negam o crime (veja mais abaixo o que disseram os advogados).
Segundo a Deat, Tuane e Davina são garotas de programa e aplicaram em Ronald e Andrés o golpe do "Boa Noite, Cinderela". Os turistas foram dopados e jogados de uma ribanceira 10 metros abaixo do mirante do Rato Molhado, em Santa Teresa. Os celulares deles foram roubados.
“Elas negaram o crime. Dizem que conheceram os rapazes, ficaram com eles na Lapa e só foi isso. Mas sabemos que elas estão mentindo”, disse a delegada Patrícia da Costa Araújo de Alemany, titular da Deat. As suspeitas afirmaram que pegaram um táxi depois do encontro na Lapa e depois foram para a Central do Brasil, para voltar para Duque de Caxias.
Alguns detalhes dos depoimentos das duas, entretanto, são conflitantes, segundo a polícia. Uma mulher disse que tentaram convencer os turistas a ir com elas para um hotel na Lapa, mas eles não chegaram a um acordo.
A especializada conseguiu no Plantão Judiciário os dois mandados de prisão, que são temporários, de 30 dias.
Andrés, o turista que está hospitalizado, reconheceu as mulheres — uma com absoluta certeza, segundo a polícia. Ele disse que tomou duas rodadas de cerveja no bar com as mulheres e, a partir do momento em que entraram em um carro, perdeu a memória. Eles já tinham bebido duas cervejas em um ambulante anteriormente.
A polícia segue buscando o motorista do suposto táxi para elucidar pontos ainda incertos na história. As duas mulheres não têm passagem pela polícia, mas os investigadores afirmam que têm informações que elas atuam na Lapa. Agora, estão respondendo por latrocínio e tentativa de latrocínio.
A delegacia também investiga outros crimes semelhantes para ver se têm relação com as suspeitas.
"O crime de 'Boa Noite Cinderela é muito difícil da vítima relatar. E quando é estrangeiro eles vão embora e a polícia não consegue o reconhecimento oficial", explica a delegada.
Ronald chegou a ficar internado por três dias, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na última quarta-feira (17).
Vítima passa por cirurgia - De acordo com a delegada, ele teve traumatismo craniano grave, causado na queda do mirante. Já Andrés teve costelas e uma clavícula quebradas, o que causou a perfuração dos dois pulmões do rapaz. Ele está internado no Pró-Cardíaco, em Botafogo, e passa por uma cirurgia na tarde desta segunda-feira (22).
Os pais dele chegaram ao Rio na sexta-feira (19) para acompanhar a recuperação do filho.
Na manhã deste sábado (20), o corpo de Ronald voltou para Santiago, no Chile. O caixão foi deixado no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, na tarde desta sexta (19), após o resultado do exame cadavérico.
O funeral do chileno foi no Cemitério San Henrique, em Santo Domingo. Pela rede social, a irmã de Ronald que está no Chile, Marta Elisabeth Tejeda Sobarzo, fez uma publicação em agradecimento pelo apoio que tem recebido de amigos próximos, informando o local do sepultamento.
"Meu irmão Ronald Tejeda chegará ao Chile no sábado, aproximadamente às 15h no aeroporto, de onde seguirá para Leyda. O velório será na casa de nossos pais no setor Las Palmas, a caminho do Turco. Quero agradecer a todas as pessoas que estiveram presentes nestes momentos difíceis", escreveu.
O que dizem as suspeitas - Ao g1, o advogado Carlos Alexandre, que faz a defesa de Davina Cristian, negou que sua cliente seja garota de programa e afirmou que ela estava na Lapa com a amiga para "aproveitar a noite". Ele informou que a mulher chegou a beber com os chilenos, mas que eles se despediram na Central do Brasil.
"Eles beberam, sim, na Lapa. Foram algumas bebidas. Ela contou que eles se conheceram na porta de uma boate, ficaram ali bebendo e depois elas foram embora para Caxias", conta Alexandre, que completa: "Mas, ela não faz programa. Ela está lidando com preocupação", destacou.
Já a advogada Lívia Madeira, que defende Tuane, diz que é preciso identificar o taxista que levou as suspeitas e os chilenos até a Central. Afirmou ainda que foi lá que eles se separaram. Disse também que o celular de Tuane é novo.
"Se houver algo a ser desmascarado, quem vai fazer isso é a delegada, responsável pela investigação."
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