Redação
Desde o dia 19 de dezembro passado em um movimento de aquartelamento, os policiais e bombeiros militares devem retornar hoje ao patrulhamento regular no Rio Grande do Norte. Durante um período de 21 dias, os militares se recusavam a sair em rondas nas ruas sob o argumento de não haver condições de trabalho adequadas. Os agentes questionavam o estado de conservação de viaturas, armamento, equipamentos de segurança, como coletes balísticos, e até o fardamento. Os salários e o 13º atrasados também eram uma reivindicação.
Segundo informou o presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar (ACS-RN), Roberto Campos, hoje, às 10h, policiais e bombeiros militares se reúnem no Clube Tiradentes para oficializar a volta às ruas. Ontem, representantes de associações militares já indicavam o retorno às ruas após o Governo do Estado garantir, dentre outros pontos, a não punição de policiais e bombeiros que participaram do movimento e o pagamento dos salários de dezembro no dia 12 de janeiro.
A negociação entre policiais militares e representantes do Governo do Estado teve como base 17 pontos de reivindicação divulgados pelos servidores no dia 4 de janeiro. No documento, a categoria exigia que o Executivo pagasse o vencimento de dezembro a toda a categoria até o dia 12 de janeiro e solucionasse as questões de deficiências estruturais, que se refletem nas condições de trabalho.
Os agentes também cobravam do Governo a garantia de não serem penalizados com processos administrativos pelo período em que não saíram às ruas regularmente, já que o movimento foi considerado ilegal pela Justiça, que determinou a punição para quem apoiasse ou incitasse o que foi chamado na decisão de “greve”.
Essas eram as prioridades elencadas pelos PMs, mas questões referentes à carreira e benefícios também estavam na pauta, como: implementação imediata dos salários correspondentes a novas graduações para policiais que foram promovidos e pagamento retroativo dessas promoções; aumento no valor do vale alimentação de R$10 para R$20, e das diárias operacionais de R$50 para R$107,50; abertura de uma mesa de negociação para reajuste salarial e ampliação do Centro Integrado de Apoio ao Policial (Ciasp).
Ontem, com o Executivo Estadual dando garantias de que cumpriria os pedidos, por meio da assinatura de um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), os policiais optaram pelo retorno normal às ruas. A pauta já havia sido discutida em uma reunião entre representantes da categoria e do Governo, realizada na segunda-feira (8).
A discussão durou cerca de seis horas e, de acordo com informações passadas pela diretoria da Associação dos Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar e dos Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte (ASSPMBMRN), o governador já havia dado a palavra sobre o cumprimento das principais reivindicações, como pagamento do salário de dezembro até 12 de janeiro e melhoria nas condições de trabalho. Robinson Faria também prometeu que, ao longo dos próximos dias, deve abrir mesas de diálogo para discutir o ajuste salarial.
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