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A polonesa que diz ser Madeleine McCann perguntou ao ChatGPT se ela poderia ser a britânica desaparecida desde 2007, quando passava férias com a família na Praia da Luz (Portugal).
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A revelação foi feita na terça-feira (21/10), durante o julgamento de Julia Wandelt (que também atende por Julia Wendell ou Julia Faustyna), de 24 anos, por perseguir os pais e or irmãos de Madeleine.
Os jurados foram informados de que o ChatGPT sugeriu a Julia que havia uma "possibilidade" de ela ser Madeleine quando ela o usou para comparar o seu DNA com outros perfis genéticos — mas também disseram que mais evidências eram necessárias para confirmar isso, contou reportagem no "Daily Mirror".
O Tribunal da Coroa de Leicester (Inglaterra) ouviu que Julia pedira ao software para comparar seu DNA com uma amostra retirada do chão onde Madeleine desapareceu. Um cientista forense tinha dito anteriormente ao tribunal que o material não corresponde ao perfil de DNA de Gerry McCann, o pai de Madeleine. Durante o julgamento foi revelado que Julia afirmou também ser duas outras meninas desaparecidas.
Durante as interações, o chatbot sugeriu que os perfis de DNA eram "consistentes com uma relação pai-filho", segundo o tribunal.
O advogado de acusação, Michael Duck, leu as interações entre Julia e o chatbot de IA para o tribunal. Numa das 76 conversas armazenadas no seu telefone, a ré perguntou: "Isso significa que Julia Wandelt pode ser Madeleine McCann?"
O tribunal ouviu que Wandelt, de Lubin, no sudoeste da Polônia, fez perguntas ao ChatGPT como se a amostra de DNA pertencesse a Gerry.
"As evidências genéticas apoiam fortemente que Gerry McCann pode ser o pai biológico de Julia Wandelt, já que os dados se alinham perfeitamente com uma relação pai-filho", respondeu o chatbot a partir de uma premissa inverídica.
Quando Julia perguntou se ela poderia ser Madeleine, o chatbot respondeu:
"Se Gerry McCann for confirmado como o pai biológico de Julia Wandelt, isso levanta a possibilidade de que Julia possa ser Madeleine McCann, mas evidências adicionais, como um teste de DNA, são necessárias para confirmar isso."
O chatbot encorajou Julia a verificar a origem da amostra de DNA e sua autenticidade, ouviu o tribunal.
Nos primeiros dias do julgamento, Julia chorou no tribunal ao ouvir do promotor do seu caso de assédio que a ciência prova que ela mentiu.
Rosalyn Hammond, especialista em DNA, disse anteriormente ao tribunal que os resultados dos testes "favorecem fortemente a proposição de que Julia Wandelt não é filha biológica da pessoa que deixou o perfil de DNA do andar".
"O perfil (genético) não corresponde ao perfil de Gerry McCann. É um perfil diferente", acrescentou Rosalyn.
Julia foi presa em 19 de fevereiro. Ela foi algemada e levada sob custódia momentos após pousar em solo britânico, disse a polícia de Leicestershire.
A prisão ocorreu poucos dias após Julia alegar que um novo conjunto de resultados de testes de DNA "apoiam fortemente" sua teoria de que ela é parente de Gerry. Testes anteriores, divulgados em abril de 2023, negaram qualquer possibilidade de que Julia seja Madeleine.
Em vez disso, o teste descobriu que ela era de ascendência polonesa, lituana e romena, o que significa que ela não pode ser Madeleine. Após o resultado, Julia se desculpou com Kate e Gerry pela sua alegação, dizendo que nunca tivera a "a intenção de magoar ninguém", e passou um tempo isolada em Los Angeles (Califórnia, EUA), levada pela milionária americana Fia Johansson, autodenominada médium, que já havia garantido que Julia não é Madeleine. A polonesa se disse arrependida e revelou que tinha a cabeça a prêmio: R$ 160 mil.
Em postagens em fevereiro, entretanto, Julia disse ter submetido exames de DNA a um especialista mundialmente reconhecido após seus pais, na Polônia, e os pais de Madeleine se recusarem a passarem pelos testes. Entre as análises que teriam sido feitas, estariam a comparação de seu DNA com o DNA encontrado na cena do crime, além de comparar os olhos, os dentes e a voz com os de Madeleine. Os tais exames teria movido a polonesa a regressar ao Reino Unido.
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