Redação
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O brasileiro só procura tomar vacina quando sente medo real de contrair a doença, geralmente percebido pela morte de algum parente ou amigo próximo. É o que afirmaram especialistas da área médica a respeito da baixa cobertura vacinal verificada atualmente no país, de acordo com avaliação do Ministério da Saúde.
"Muitas doenças não são mais conhecidas pela população, de maneira geral, como sarampo e poliomielite. Então, as pessoas sentem que elas não existem e relaxam. Mas a imunização precisa ser constante para justamente os vírus não atacarem mais", afirmou Maria Ligia Nerger, coordenadora do Programa de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde de SP. Um caso recente foi com a febre amarela.
"Com o surto de febre amarela, a procura pela vacina só aumentou com os casos de mortes. É necessário fazer um trabalho constante para mudar esse tipo de cultura no país", disse Regiane de Paula, diretora do CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), órgão da Secretaria de Estado da Saúde. Um outro fator que chama a atenção é o aumento de estrangeiros no país. "Por conta do fluxo migratório, o sarampo, por exemplo, voltou a circular na região Norte. Por isso é imprescindível seguir o calendário de vacinação.
Estão disponíveis 16 vacinas para 23 tipos de doenças", disse Rosana Richtmann, do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia. O calendário prevê aplicação para todas as idades. A representante comercial Ellen Franco, 39 anos, tomou a vacina contra sarampo. "Lembrei que precisava atualizar a carteirinha. Não serve só para crianças, mas para adultos também", alertou.
Carteira tem de estar completa
Quem tomar todas as vacinas previstas até os seis anos só precisará de alguns complementos ao longo da vida, pois os efeitos no corpo são permanentes. A DT (difteria e tétano) precisa de reforço a cada dez anos. A exceção é a HPV (vírus do papiloma humano), destinada para meninas dos 9 aos 14 anos e meninos dos 11 aos 14 anos. "O calendário serve para lembrar todas as vacinas necessárias para cada idade. Se um adulto não tomou nenhuma, precisa completar a carteirinha", afirmou Maria Lígia Nerger, coordenadora de imunização da capital. (LC)
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