Preços de iPhone devem aumentar no Brasil a partir de 2018

Publicado em 27/06/2017, às 10h29

Redação

A Foxconn, empresa chinesa responsável pela fabricação de produtos da Apple, deve encerrar a fabricação de produtos da Apple no Brasil até o fim de 2017, de acordo com informações da IstoÉ Dinheiro. A empresa, que possui fábricas em Manaus (AM), Santa Rita do Sapucaí (MG) e Jundiaí (SP), começou a demitir funcionários de suas linhas de montagem do iPad e iPhone desde abril, e pretende fechar as fábricas que realizam esse serviço até o fim do ano.

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Os motivos, de acordo com a revista, seriam a falta de rentabilidade do investimento. Além de ser mais caro fabricar os produtos da Apple por aqui do que na China, a empresa da maçã também vem perdendo espaço no mercado brasileiro. Em 2016, por exemplo, o mercado de tablets caiu 32%, o segundo ano seguido de queda. Quanto ao iPhone, a empresa viu sua participação no mercado brasileiro de smartphones cair pela metade em um ano entre março de 2016 e de 2017.

Fora isso, há outros fatores envolvidos no preço da produção nacional. Por exemplo, a Lei da Informática, que poderia oferecer redução de até 95% do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) dependendo da região, está sendo contestada na Organização Mundial do Comércio (OMC) e pode acabar, o que encareceria a produção nacional.

Segundo a IstoÉ Dinheiro, a pressão do presidente Donald Trump para que a Apple fabricasse iPhones nos EUA teria levado a Foxconn a reservar um vultoso investimento para o país, o que também teria afetado seus planos no Brasil. Por tratar-se de um dos principais mercados da Apple, a Foxconn estaria estudando investir cerca de US$ 10 bilhões nos Estados Unidos para garantir a viabilidade de seus produtos lá.

Histórico

Em 2011, a Foxconn se comprometeu a investir US$ 12 bilhões no Brasil até 2016, gerando mais de 100 mil empregos. Segundo o Gizmodo, esse investimento estava vinculado a uma série de exigências, como ajuda do governo para encontrar sócios brasileiros e incentivos fiscais à produção de tablets e smartphones.

Mesmo assim, segundo a IstoÉ Dinheiro, o número de pessoas empregadas pela empresa chinesa por aqui nunca passou de 10 mil, e era de cerca de 4.000 nas fábricas de Jundiaí. Quanto ao valor investido, a Foxconn não divulgou. No entanto, a revista acredita que ele não tenha chegado nem perto dos US$ 12 bilhões prometidos inicialmente.

Por outro lado, a operação da Foxconn nunca foi exatamente tranquila. Desde 2012 a empresa vem lidando com acusações de péssimas condições de trabalho, trabalho infantil e até mesmo mortes de funcionários. No Brasil, não era diferente: a empresa chegou a enfrentar uma greve por aqui em 2014. Mesmo com o encerramento da fabricação de produtos da Apple, a empresa ainda deve ter uma operação menor no Brasil para produtos de outras empresas.

Preços ainda maiores

Um provável efeito dessa saída da Foxconn do Brasil seria o encarecimento dos produtos da Apple por aqui. O motivo para isso é que o governo brasileiro quer que as empresas invistam no país para gerar empregos, em vez de simplesmente vender seus produtos aqui, e por isso "encarece" seus produtos quando elas não trazem sua fabricação para cá. É provavelmente isso que acontecerá com os dispositivos da Apple caso a Foxconn deixe de produzí-los por aqui.

Veja, por exemplo, o caso do Playstation 4: quando ele foi anunciado no Brasil, o console de US$ 400 chegou aqui por R$ 4.000, porque era fabricado fora e importado (um destino que o PS4 Pro pode acabar seguindo). O Xbox One, por sua vez, foi produzido no Brasil desde que começou a ser vendido por aqui, e por isso chegou ao mercado pelo preço bem mais razoável de R$ 2.200. 

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