Prefeitura ainda procura 44 sem-teto cadastrados em prédio que caiu em SP

Publicado em 02/05/2018, às 10h59

Redação

A prefeitura de São Paulo está em busca de 44 pessoas que moravam no edifício Wilton Paes de Almeida e não mais foram localizadas após o desabamento do prédio, na madrugada desta terça (1º), no centro da capital paulista.

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Segundo a Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social), 317 pessoas foram cadastradas em março do ano passado como ocupantes do prédio. Destas, 44 continuam sem paradeiro definido após a tragédia.

Mas, como a rotatividade no local é alta, é possível que elas nem estivessem mais dormindo lá -assim como outras podem ter entrado desde então.

Para o Corpo de Bombeiros, elas podem ter se salvado ou não. A corporação também passou a trabalhar com o mesmo número da gestão Bruno Covas (PSDB) e classificou as 44 pessoas como desaparecidas.

À reportagem, a pasta de assistência social informou que aguarda um cruzamento de informações com a secretaria de habitação para obter informações mais precisas sobre os moradores. Um novo balanço deve ser divulgado ainda na manhã desta quarta-feira (2).

O único morador desaparecido e que foi identificado é Ricardo, mais conhecido na ocupação como Tatuagem. Ele morreu no desabamento durante tentativa de resgate. A corda que serviria para içá-lo foi encontrada sob os escombros, mas seus restos mortais continuam sob o concreto.

As famílias afetadas pelo incêndio vão receber R$ 400 de auxílio aluguel (1.200 no primeiro mês), por 12 meses. O benefício não está vinculado à entrega de um imóvel depois, diferentemente do caso das famílias da região da cracolândia.

O Corpo de Bombeiros trabalha com cães farejadores e estão munidos com drones e câmeras sensíveis ao calor para tentar localizar possíveis sobreviventes. No segundo dia de buscas, a corporação tem 75 homens que estão alocados em três frentes: busca e salvamento, continuidade do rescaldo e liberação de vias no entorno, para que a Eletropaulo possa desligar a rede elétrica do edifício.

A estimativa do Corpo de Bombeiros é de que as buscas possam durar ao menos uma semana.

ACAMPAMENTO

A praça do Largo do Paissandu virou um acampamento a céu aberto. Cerca de 150 pessoas afetadas pelo desabamento do prédio se somaram aos moradores de rua e dormiram no local.

Ao longo da madrugada, uma equipe da Smads ficou no local para cadastrar e encaminhar aqueles que manifestassem interesse em ir para abrigos. Vans chegaram e saíram ao longo da madrugada com antigos moradores e pessoas em situação de rua.

Segundo a pasta, entre 19h de terça (1º) e 7h desta quarta (2), 42 pessoas foram para abrigos, sendo 41 para o abrigo Prates -além de seis crianças- e outro adulto para o abrigo Pedroso.

INCÊNDIO

Moradores do prédio que desabou afirmam que o incêndio começou por volta da 1h30 de terça após uma explosão no quinto andar. Eles desconfiam que se trate de um botijão de gás e relatos de uma discussão entre um casal. Após a explosão, houve fogo e fumaça pelo prédio.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Magino Alves, a principal hipótese da Polícia Civil, que apura as causas do incêndio, é de que o fogo tenha começado por um acidente doméstico -ainda não se sabe se vazamento de gás ou explosão de panela de pressão. Um inquérito foi aberto no 2°DP (Bom Retiro).

Durante a madrugada, o incêndio atingiu outros prédios no entorno da antiga sede da PF. Entre eles, a Igreja Martin Luther teve sua estrutura danificada. O templo é a primeira paróquia evangélica luterana da capital, inaugurada em 1908.

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