Profissionais de saúde realizam ato simbólico em Maceió e fixam cruzes na praia

Publicado em 21/06/2020, às 11h02
Cortesia/Victor Sgarbi -

Redação TNH1 com Assessoria

Profissionais de saúde de Alagoas, do movimento Médicas e Médicos pela Democracia, participam de um ato simbólico na manhã deste domingo (21), na Praia da Avenida (Jaraguá), em frente à Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), em Maceió.

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As médicas e médicos levaram 50 cruzes às areias da praia, simbolizando os quase 50 mil mortos por Covid-19 no Brasil. O protesto ocorre simultaneamente em diversas capitais brasileiras. O ato ocorre em defesa do SUS e em solidariedade às famílias, amigos e colegas profissionais de saúde que morreram por Covid-19.

De acordo com os dados do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o Brasil é o segundo em número de casos e de mortes por coronavírus no mundo, além de ser o país com o maior número de mortes de médicas e médicos (139) e de enfermeiros e enfermeiras (190).

O ato é organizado pela Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), a Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), a Federação Nacional dos Nutricionistas (FNN), a União Nacional dos Auditores do SUS (Unasus) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Seguridade Social (CNTSS).

TNH1 · Diogo Borba, médico legista e membro do Coletivo Médicas e Médicos pela Democracia em Alagoas

Em um manifesto, as organizações declararam as motivações para o ato. Leia na íntegra:

“Além da homenagem a essas milhares de vítimas também nos manifestamos: 

1 – Em solidariedade às famílias, amigos e colegas de profissionais de saúde que morreram por Covid-19; 

2- Para alertar que a maior parte das mortes por Covid-19 em nosso país são evitáveis, caso o Governo Federal não tivesse uma posição genocida frente à pandemia;  

3- Contra a intervenção militar do Ministério da Saúde, que vem comprometendo sobremaneira o trabalho técnico frente à pandemia; 

4 – Contra as declarações do presidente da República, hostis aos profissionais de saúde, incentivando agressões a trabalhadores de saúde em seu ambiente de trabalho;  

5 – Contra o silêncio e cumplicidade das entidades médicas, especialmente o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Federação Nacional dos Médicos (FENAM), frente às posições do Governo Federal. Além disto, nem mesmo nos sítios eletrônicos dessas entidades conseguimos saber quantos e quais os colegas médicos perderam a vida;  

6- Por segurança no ambiente de trabalho dos profissionais de saúde. Demandamos mais Equipamentos de Proteção individual (EPI), e a reorganização de processos de trabalho, por gestores na saúde pública e empresas de saúde, que possibilitem menores impactos da exposição à doença ou ao stress produzido pela pandemia; 

7- Pelo apoio a Campanha Leitos Únicos - Vidas Únicas, que garanta para toda a população fila única de acesso às UTI a partir do SUS, tanto nos serviços públicos como na saúde suplementar;

8- Pelo aporte adequado de financiamento do Sistema Único de Saúde. Pela supressão da Emenda Constitucional 95 (EC- 95), que congela gastos em saúde pública por 20 anos. O SUS salva vidas!!!  

9-Vidas Negras Importam – total solidariedade à população negra de nosso país, maioria do povo brasileiro, minoria nos espaços de representação institucional e que vem sofrendo especialmente junto às áreas de maior vulnerabilidade social os impactos da pandemia em curso; 

10- Contra a Portaria MEC nº 544, de 17 de junho de 2020, que estabelece a possibilidade da realização de estágios curriculares dos cursos da área de saúde em caráter on line e de forma remota. Além do descaso com as medidas de saúde pública, o Governo Federal vem reforçando seu descaso também com a educação de qualidade e com a formação dos profissionais da área da saúde com mais um ataque; 

11- Contra a perseguição de quadros técnicos do Ministério da Saúde, frente às denúncias que vem sendo vigiados nas redes sociais e na vida privada após a intervenção militar em curso do Ministério da Saúde, remontando práticas dos tempos de arbítrio que o país viveu em períodos ditatoriais.”

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