R$ 8 milhões movimentados: grupo suspeito de fraudar empréstimos contra idosos é alvo de operação

Publicado em 19/08/2025, às 08h40
- Divulgação/PC

Pedro Acioli*

Um grupo criminoso especializado na falsificação de documentos de idosos e na contratação de empréstimos consignados não autorizados foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta terça-feira (19), em bairros de Maceió. A ação foi denominada de "Falso Consignado" e ocorreu no Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa.

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Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca domiciliar, além de um mandado de prisão preventiva expedido contra o líder do grupo criminoso. A organização teria causado um prejuízo total de mais de R$ 1 milhão contra as vítimas, mas movimentado cerca de R$ 8 milhões em menos de dois anos. 

O homem apontado como chefe do grupo já se encontra detido no Presídio de Segurança Máxima, pelo crime de homicídio qualificado. Agora, ele passa também a responder pelos crimes de estelionato, qualificado, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. 

Ele também responde a processo na Justiça Federal e havia sido preso pela Polícia Federal por viabilizar aposentados em nome de pessoas inexistentes. No entanto, após a prisão, ele conseguiu reorganizar o grupo e ainda preservar o patrimônio acumulado a partir de golpes anteriores. 

No total, a polícia investiga 12 pessoas, sendo cinco com histórico de fraudes contra idosos ou contra o INSS. Veja a ação da polícia:

Como funcionava o esquema?

O grupo falsificava documentos de beneficiários do INSS utilizando fotografias de idosos aliciados como laranjas. Com esses documentos falsos, eram criadas contas no sistema GOV.br em nome das vítimas, permitindo que os suspeitos solicitassem empréstimos consignados de alto valor, sobretudo em bancos digitais. 

Após aprovados, os valores eram imediatamente transferidos para contas laranjas intermediárias, que realizavam novas movimentações até chegar ao líder do grupo ou a pessoas de confiança. 

Com o fim do período de carência do empréstimo, os beneficiários lesados descobriram as fraudes e registraram as reclamações juntos às instituições financeiras. Em apenas uma delas o prejuízo passa de meio milhão de reais. 

O total fraudado pelo grupo criminoso já passa de um milhão de reais, porém os investigadores estimam que o montante seja muito maior, uma vez que apenas cinco investigados movimentaram cerca de oito milhões de reais em créditos suspeitos em apenas um ano e oito meses, sem comprovação de origem lícita.

A divisão de tarefas da organização criminosa

A organização criminosa era minuciosamente comandada por seu líder, um homem de 56 anos, e era estruturada em diferentes núcleos que atuavam de forma coordenada para assegurar as vantagens ilícitas.

Havia um setor especializado na falsificação de documentos, outro responsável por recrutar laranjas e constituir empresas fictícias, além de pessoas próximas ao líder incumbidas de resguardar seu patrimônio. Embora se apresentasse publicamente como construtor de imóveis, sua principal atividade consistia em fraudar idosos e instituições bancárias.

Outras pessoas ainda estão sob investigação por possível colaboração com o grupo, seja na destruição de provas, seja na ocultação de bens dos envolvidos.

 

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