Rafael Tenório, bolsonarista, o suplente de Renan Calheiros, aliado de Lula

Que o senador Renan Calheiros (MDB/AL) é um grande aliado do Partido dos Trabalhadores e, particularmente, parceiro incondicional de Lula, presidente eleito e maior referência do petismo, Alagoas e o Brasil inteiro sabem há muito tempo.

Novidade para quase todo mundo é que seu primeiro suplente no Senado, Rafael Tenório, empresário e ex-presidente do CSA, não esconde de ninguém que participou ativamente das campanhas de Jair Bolsonaro neste ano e em 2018 e que, além disso, não nutre a menor simpatia por Lula nem pelo PT.

Independentemente disso, Rafael Tenório exerceu o mandato de senador por quatro meses, por conta da licença conseguida por Renan Calheiros para se dedicar à campanha eleitoral – especialmente do ex-governador Renan Filho, eleito senador, do governador Paulo Dantas e do futuro presidente Lula.

Renan, inclusive, foi vitorioso nessas três frentes.

Nesta semana circula um vídeo de entrevista em rádio de Rafael Tenório, que diz, em resumo:

“Eu não sei o que vai acontecer com o Brasil após a posse do presidente eleito. Bastam as declarações que ele tem dado. Bastou uma declaração dele e a Ibovespa perdeu R$ 200 bilhões. Bastaram as declarações dele de que vai tributar ou confiscar as heranças que está todo mundo desesperado. Então a gente não sabe como vai ficar o país na mão desse presidente.”

O empresário disse mais:

“É uma coisa que preocupa. Não só sou eu. Eu conheço vários amigos meus, inclusive daqui de Alagoas, que já abriram conta fora do Brasil, uns já foram para Montevidéu ver como é o negócio… O Uruguai é um país super seguro, é um país muito bom de se viver. Outros já foram para Portugal, outros para a Espanha. Não sei o que vem por aí. Se poder haver um congelamento de aplicação… Cada declaração que o presidente eleito dá é um desastre para a economia do país.”

Rafael Tenório diz que vai fazer uma viagem para a Europa, a partir do dia 24 próximo, com a mulher e um filho, e uma das intenções é avaliar a possibilidade de transferir para outro país parte dos seus negócios.