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O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) usou R$ 34,8 mil da cota parlamentar entre setembro e novembro, depois de fugir do Brasil.
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O que aconteceu
Parte dos recursos foi para bancar combustível. As notas fiscais disponibilizadas no site da Câmara foram emitidas por sete postos diferentes, a maioria no Rio de Janeiro, base eleitoral de Ramagem. Ele também usou R$ 12 mil para aluguel de veículos entre os dias 18 de setembro e 17 de outubro.
O deputado usou quase R$ 13 mil para divulgação da atividade parlamentar. Isso inclui a contratação de empresa especializada em estratégias de marketing para redes sociais e impulsionamento de posts. Em setembro e outubro, ele pagou R$ 1.600 mensais para alugar móveis de escritório.
A cota é concedida mensalmente aos deputados para cobrir despesas do mandato. O parlamentar apresenta a documentação comprobatória do gasto à Câmara e tem direito a reembolso depositado na própria conta. Os recursos também podem ser usados para pagar despesas de assessores.
Veja os valores abaixo
O UOL procurou Ramagem por meio da assessoria de imprensa do deputado, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto e será atualizado em caso de manifestação futura.
Ramagem está foragido. O ministro do STF Alexandre de Moraes decretou a prisão do parlamentar, condenado no processo da trama golpista, após pedido da Polícia Federal. Uma reportagem publicada pelo site PlatôBR mostrou o deputado em um condomínio de luxo em Miami, nos Estados Unidos, com a esposa.
Ele saiu do país clandestinamente em setembro. Segundo apurou a colunista do UOL Carla Araújo, a investigação aponta que o deputado teria deixado o país por Boa Vista, capital de Roraima, e seguido para os Estados Unidos "provavelmente pela Venezuela ou Guiana".
A Câmara informou que não autorizou missão do parlamentar no exterior. Segundo a Casa, ele apresentou atestados médicos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.
A defesa disse que não vai se manifestar sobre o tema. Ontem, o advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto disse que só soube nesta semana sobre a decisão do deputado de se ausentar do país.
Ramagem foi condenado a 16 anos e um mês de prisão. Ele foi chefe da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) no governo Bolsonaro. O STF concluiu que ele cometeu os crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
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