Márcia Magalhães e Eduardo Cucolo/Folhapress
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou nesta terça-feira (23) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado um projeto de lei que corrige a tabela do Imposto de Renda, uma alternativa ao texto do governo que está previsto para ser votado na Câmara na próxima semana.
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O projeto prevê isenção até o valor de R$ 5.000 mensais e redução decrescente do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 7.350.
Presidente da CAE e relator do projeto, Renan decidiu colocar o texto em votação uma semana depois de afirmar que os deputados federais vinculam o projeto de isenção do Imposto de Renda à anistia aos condenados no processo da trama golpista. A CAE, no entanto, adiou a votação após pedido de vista de senadores da oposição ao governo Lula.
O senador concedeu vista coletiva por 24 horas e, assim, a discussão será retomada nesta quarta (24).
Com compensação, a reforma prevê tributação de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, com retenção de 10% na fonte sobre o que exceder o limite. Dividendos remetidos ao exterior serão tributados a 10%.
Renan aproveitou um projeto de 2019 do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre o tema e apresentou um relatório atualizando o texto e incorporando a proposta do governo.
Como novidade, o texto do Senado institui um programa de regularização tributária para pessoas físicas de baixa renda. Pessoas com renda de até R$ 5.000 que estão devendo à Receita Federal poderão refinanciar suas dívidas.
A proposta institui o imposto mínimo para quem tem renda anual acima de R$ 600 mil. Segundo o senador, a progressividade da alíquota, que vai de 0% a 10%, garante proporcionalidade e evita tributação confiscatória, preservando a competitividade e a atratividade dos investimentos.
Também está previsto um mecanismo de crédito quando a soma da tributação interna e externa ultrapassar a carga nominal de IRPJ/CSLL da empresa, de acordo com o setor.
Ao apresentar o texto, Renan se contrapõe ao deputado Arthur Lira (PP-AL), relator da proposta na Câmara e seu principal rival político. O senador escalou a si mesmo como relator.
O relatório de Lira, que já foi aprovado em comissão especial no mês passado, manteve a criação do imposto mínimo para quem ganha a partir de R$ 50 mil mensais e também a alíquota de 10% para quem ganha a partir de R$ 1,2 milhão ao ano. A oposição e parte do centrão se movimentam no Congresso para alterar o projeto na Câmara.
ENTENDA O QUE O PLENÁRIO DA CÂMARA VAI ANALISAR
Isenção parcial de Imposto de Renda
Quem ganha até R$ 7.350 pagará menos IR do que atualmente
Acima de R$ 5.000, o contribuinte terá percentuais de desconto sobre o imposto a pagar
Quanto vai custar
Quem vai pagar
Quanto o governo vai arrecadar com o imposto mínimo
Dispositivo redutor
Imposto sobre dividendos de estrangeiros ou remetidos ao exterior
Esses pagamentos terão alíquota de 10% retida na fonte
Quanto o governo vai arrecadar com esses dividendos
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