Renan Filho: 'não há possibilidade de vencer os impactos econômicos antes da questão sanitária'

Publicado em 21/05/2020, às 15h37
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TNH1 com UOL

Nesta quinta-feira, 21, dia seguinte à prorrogação do decreto de emergência, o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB) concedeu entrevista ao portal UOL, onde comentou a aceleração dos casos no estado, as medidas tomadas até aqui, bem como o saldo da reunião de hoje com o presidente Jair Bolsonaro.  Até o boletim epidemiológico dessa quarta-feira, 20, Alagoas registrou 4.437 casos da covid-19, com 251 mortes.

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Sobre discussões econômicas e políticas em meio a uma pandemia, o governador foi enfático ao dizer que a prioridade no momento são as questões sanitárias.  

“Eu acho que nesse momento deve ser menos política e mais ação. Menos discussão ideológica e mais pragmatismo no sentido de salvar vidas, para que a gente encontre o caminho mais curto para sair dessa pandemia, desde que a gente vença primeiro a questão sanitária. Não há possibilidade de vencer os impactos econômicos antes de tratar a questão sanitária”, disse o governador, em entrevista comandada pelo jornalista alagoano Carlos Madeiro. 

Aceleração dos casos – Para o governador, o crescimento do número de casos no estado seria proporcional ao aumento da disponibilização de testes. O número de infectados a um mês atrás era de 171, e saltou para mais de 4 mil. (Veja o monitor covid)

“Primeiro o número de testes. A gente tem muito mais doentes em Alagoas e no Brasil certamente, talvez 10 vezes, talvez 15 vezes mais. Há no mundo inteiro uma grande subnotificação. A gente testa mais, encontra mias pessoas. O teste rápido ele tem dois problemas muito sérios. Ele só detecta o vírus depois do 7º dia de sintomas. O cara (sic) faz no 5º dia, dá negativo e acha que pode não estar contaminado. E o outro é que demora muito a detectar as pessoas, o que baixa muito a sua eficiência. Já o RT-PCR, que é feito pelas mucosas, é muito sofisticado e os estados não conseguem fazer. Em Alagoas estamos ampliando para 400 testes/dia”, disse.

Reunião com Bolsonaro

Sobre a reunião na manhã de hoje que colocou na mesma "mesa", por videoconferência, gestores dos 27 estados, Jair Bolsonaro e os presidentes do Senado e da Câmara Federal, o governador alagoano disse esperar que tenha consequências práticas.

“A reunião foi tranquila. O presidente queria ouvir os governadores sobre o apoio se vetasse a possiblidade de dar aumento aos servidores, ele teria apoio ou não. Ficou claro nessa reunião que o Governo Federal precisa agilizar o repasse de recursos para os estados. Alguns estados brasileiros vivem momentos de muita dificuldade para fazer frente às necessidades da saúde, para manter os investimentos e as contas em dia, inclusive salário de servidores. A gente espera que ela [ a reunião] tenha consequência prática rapidamente”, cobrou.

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