Reunião no Planalto termina sem acordo sobre orçamento do Renda Brasil

Publicado em 28/08/2020, às 16h28
Wilson Dias / Agência Brasil -

Valor Econômico

Terminou sem acordo a reunião desta sexta-feira no Palácio do Planalto para discutir o orçamento do Renda Brasil. Auxiliares de ministros envolvidos na discussão informaram ao Valor que o programa não deve ser apresentado hoje. A tendência é que se resolva, nos próximos dias, apenas a extensão do auxílio emergencial, com valor reduzido.

LEIA TAMBÉM

O principal impasse é a falta de entendimento sobre a fonte de financiamento para o Renda Brasil, que futuramente substituirá o Bolsa Família. O presidente Jair Bolsonaro recusou a primeira proposta levada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que retirava outros benefícios para compensar o gasto extra. Apesar de ainda não haver encaminhamento, a ideia do governo é incluir a previsão de gastos com o programa na LOA, o orçamento que traz estimativa de receitas e despesas públicas e que precisa ser enviada ao Congresso até segunda-feira.

A reunião no Planalto ocorreu pela manhã, fora da agenda oficial. Além de Guedes, participaram o ministro da Casa Civil, Braga Netto, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e outros integrantes do primeiro escalão envolvidos nas discussões.

O Valor apurou que técnicos do governo estão finalizando os termos da Medida Provisória que vai prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano. A nova lei terá algumas alterações em relação ao desenho atual. Além do valor menor do que os R$ 600 atuais, o texto deve apertar algumas regras de acesso, fechando brechas para pagamentos indevidos.
Também está em discussão no governo a ideia de rebatizar a extensão do auxílio emergencial já como Renda Brasil. Com isso, já acostumaria os beneficiários com o futuro sucessor do Bolsa Família, que terá valor e alcance bem menores do que os do auxílio atual.

Pela manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que o auxílio emergencial concedido em razão da pandemia de Covid-19 “não é aposentadoria”, em resposta a pessoas que, segundo ele, estão reclamando da previsão de redução do valor de R$ 600,00 mensais.

“A gente prefere até o final do ano uma importância menor do que R$ 600,00. Tem cara já reclamando, o tempo todo assim. Isso não é aposentadoria, é uma ajuda emergencial. Eu sei que é pouco para quem recebe, mas ajuda, pô, é melhor do que nada”, argumentou, antes de afirmar que o país está “no limite” de endividamento.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Homem morre após realizar canal dentário em clínica odontológica Promessa do turfe morre aos 16 anos após cair de cavalo no RJ Mulher é mordida por capivara e tem partes do corpo arrancadas Líder do PL na Câmara dos Deputados nega desvios de verbas