Eberth Lins
O motorista por app, identificado como Josivaldo dos Santos, que comunicou ter sido sequestrado e queimado vivo, na verdade tentava fraudar uma apólice de seguro, afirmou a Polícia Civil (PC) em coletiva à imprensa nesta quinta-feira (17).
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"Foram feitas várias diligências no sentido de elucidar esse crime. E nós chegamos a conclusão que ao invés de uma tentativa de latrocínio, o que aconteceu na verdade foi uma fraude para recebimento de valor de seguro", afirmou o delegado-geral, Gustavo Xavier.
Segundo o delegado Igor Diego, que investigava o caso, o próprio motorista comprou o combustível e ateou fogo no veículo.
"Ele inventou tudo, que tinha sido sequestrado, vendado e levado para um canavial. Mas o plano dele era queimar o veículo e pegar o dinheiro do seguro", esclareceu o delegado.
Josivaldo será indiciado pelos crimes de estelionato, comunicação falsa de crime e falsidade ideológica.
O veículo, que segundo a polícia foi queimado de forma proposital por Josivaldo, estava com parcelas atrasadas e havia um mandado de busca e apreensão por parte do banco financiador. O valor da apólice de seguro é de R$ 50 mil e a seguradora foi acionada ainda no mesmo dia do "falso crime".
No último dia 12, o motorista deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes com ferimentos de queimadura provocados por líquido inflamável.
Josivaldo dos Santos relatou aos policiais que tinha parado o veículo em um ponto de ônibus no Conjunto Aprígio Vilela, quando foi abordado por três homens desconhecidos. Ele disse ainda que colocaram uma venda nos olhos dele, iniciaram o sequestro, despejaram o líquido e atearam fogo no corpo dele.
Confissão e queimadura acidental - O motorista por aplicativo, de acordo com o delegado João Marcello, confessou o crime e disse que se queimou acidentalmente. "Diante das várias contradições, confrontamos ele que veio a confessar que realmente estava numa grande dificuldade financeira e que o veículo estava com busca e apreensão. Ele devia a vários bancos, estava negativado e como solução pensou nessa situação", disse.
Sobre a queimadura, o delegado contou que "as chamas se voltaram contra ele, que se queimou acidentalmente". "Foi todo o corpo, rosto, braço, perna e ele teve a ideia de criar toda essa fantasia, de que criminosos tinham ateado fogo nele, mas desde o início nós desconfiamos que não era verdade", completou.
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