Rússia defende o envio de militares para apoiar Maduro

Publicado em 26/03/2019, às 20h16
Maduro | Wikicommons -

VEJA.com

A Rússia defendeu nesta terça-feira, 26, a presença de seus militares na Venezuela, um posicionamento muito criticado pelos Estados Unidos e outros opositores do ditador chavista Nicolás Maduro.

LEIA TAMBÉM

“A presença de especialistas russos no território da Venezuela é regulada pelo Acordo de Cooperação Técnico-Militar assinado em maio de 2001 pelos governos da Rússia e da Venezuela, que foi ratificado na época por ambos os países”, disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado.

O esclarecimento responde às questões levantadas depois que dois aviões militares russos aterrissaram no aeroporto internacional de Maiquetía, o mais importante da Venezuela, no último domingo 24.

De acordo com o jornal El Nacional, quase uma centena de militares russos tripulavam as aeronaves carregadas com 35 toneladas de material não especificado, sob o comando do general Vasilly Tonkoshkurov.

O governo russo ainda alegou que o cumprimento do acordo de cooperação com o regime chavista independe da aprovação da Assembleia Nacional da Venezuela, comandada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.

“A Rússia desenvolve a cooperação com a Venezuela em estrita consonância com a Constituição desse país e em pleno respeito à legislação local. Temos a intenção de continuar construindo uma cooperação construtiva tanto com a Venezuela, que é um parceiro estratégico, como outros países da América Latina”, destacou.

Zakharova rebateu as críticas feitas pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que classificou como inadmissível a chegada de tropas russas à Venezuela para apoiar o governo de Maduro.

A porta-voz afirmou que a OEA é um órgão técnico e não tem o poder de determinar com quem um país soberano pode cooperar ou não.

Em conversa por telefone ontem, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, alertou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que o governo americano não ficará de braços cruzados enquanto os russos “exacerbam” as tensões na Venezuela.

“A inserção contínua de pessoal militar russo para apoiar o regime ilegítimo de Nicolás Maduro na Venezuela aumenta o risco do prolongamento do sofrimento do povo, que respalda de forma avassaladora o presidente interino Juan Guaidó”, disse Pompeo.

Lavrov respondeu que as tentativas americanas de orquestrar um golpe de Estado na Venezuela são uma “ingerência pública” e uma violação dos estatutos da Organização das Nações Unidas (ONU).

O chanceler do governo Maduro, Jorge Arreaza, também defendeu a cooperação militar que o país mantém com a Rússia e criticou o “cinismo” dos Estados Unidos, destacando a presença de 800 bases militares americanas mantidas em territórios estrangeiros.

“A República Bolivariana da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente e manterá a cooperação militar com seus aliados no mundo para fortalecer os métodos de proteção do povo e dos territórios venezuelanos frente a qualquer agressão externa”, escreveu o ministro no Twitter.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Vídeo: ratazana surge a bordo de avião e provoca pânico entre passageiros Diretor de cinema Rob Reiner citou 'medo' do filho horas antes de ser morto Agente de condicional confessa relacionamento amoroso com detento em presídio de segurança máxima Brasileira e italiano morrem após paraquedas se chocarem durante salto