Redação
A Rússia anunciou nesta quinta-feira (29) medidas em retaliação à onda de expulsões de seus diplomatas depois do envenenamento de um ex-espião russo e de sua filha no Reino Unido.
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Serguei e Iulia Skripal foram achados inconscientes e em estado grave na cidade inglesa de Salisbury no início de março. Autoridades do Reino Unido acusaram a Rússia de estar envolvida no atentado, que usou um agente tóxico que ataca o sistema neurológico, o Novitchok. A Rússia nega as acusações.
Na segunda-feira (26), 23 países, entre eles os Estados Unidos e diversos países da União Europeia, anunciaram a expulsão de 150 diplomatas russos em solidariedade ao Reino Unido -uma ação desse porte não aconteceu nem mesmo no auge da Guerra Fria.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse nesta quinta (29) em Moscou que seu país expulsaria o mesmo número de diplomatas de cada país em retaliação.
O embaixador dos EUA na Rússia, Jon Huntsman, foi chamado ao ministério das Relações Exteriores, onde foi avisado da decisão do país de expulsar 60 diplomatas americanos, o mesmo número expulso pelos EUA. Em retaliação à decisão americana de fechar o consulado russo em Seattle, os russos decidiram fechar o consulado dos EUA em São Petersburgo.
Os americanos têm que deixar a Rússia até 5 de abril e o consulado deve fechar até este sábado (31), segundo as autoridades russas.
O ministério das Relações Exteriores russo afirmou que, caso os EUA adotem mais "ações hostis" contra as missões diplomáticas russas, haverá retaliações. "Convidamos as autoridades dos EUA que estão encorajando uma campanha mentirosa contra nosso país a voltar à racionalidade e parar com ações impensadas que destroem relações bilaterais", disse a pasta em comunicado.
Lavrov disse que as expulsões de diplomatas vinham depois da "pressão brutal" dos EUA e do Reino Unido, que teriam forçado seus aliados a "seguir um caminho anti-Rússia".
O ministro disse que Moscou pediu uma reunião do secretariado da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas) na segunda-feira (2) para discutir o caso.
O estado de saúde de Iulia Skripal, filha do ex-espião russo Serguei Skripal, "está melhorando rapidamente". A informação foi dada nesta quinta-feira (29) pela direção do hospital onde são tratados pai e filha desde que foram envenenados com agente químico. Serguei Skripal segue em estado grave.
Lavrov disse que a Rússia pediria acesso consular a Iulia agora que ela está consciente.
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