“Sangue, massacre e liberdade – por que os negros receavam a República.”

Publicado em 20/11/2022, às 17h35

Redação

Do núcleo de diversidade do portal UOL:

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“A Proclamação da República, em 1889, marca o fim do regime monárquico no Brasil e costuma ser relatada como um momento histórico de liberdade e independência para o país, conduzido sobretudo pelos militares, as elites e os abolicionistas.

Apesar da narrativa popular em torno da data, Matheus Gato de Jesus, professor de sociologia da Unicamp (Universidade de Campinas), aponta que a conquista não foi um capítulo harmonioso da história do país, sobretudo para as populações negras e recém libertas do regime de escravidão, em 13 de maio de 1888.

De acordo com o professor, os eventos em torno da instauração da República demonstram uma sociedade dividida entre negros e brancos, o que vai marcar a sociedade cada vez mais nos anos seguintes.

Um dos exemplos é o ‘Massacre dos Libertos’, no Maranhão, ocorrido em 17 de novembro, quando um grupo de cerca de 3 mil pessoas negras realizaram um protesto contra o possível novo regime por receio de que ele restaurasse a escravidão no país e extinguisse, assim, os direitos civis recém conquistados. Em resposta, uma tropa de soldados atirou contra a multidão, deixando vários mortos e feridos.

‘O Massacre dos Libertos revela como a violência é um gesto de categorização racial dos negros. A violência tenta explicar qual é o lugar do negro no mundo e constitui fronteiras raciais no espaço da cidadania.’ (Matheus Gato, sociólogo e autor de ‘O Massacre dos Libertos: Sobre Raça e República no Brasil’).”

 

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