Seguro saúde cresce entre alagoanos como alternativa para escolha de profissionais e procedimentos

Publicado em 25/09/2016, às 09h00

Redação

Quem nunca tentou marcar uma consulta com um médico, do qual já era paciente, e não conseguiu por que ele não atendia mais pelo plano de saúde, sendo obrigado a procurar outro especialista para conseguir atendimento? Ou pior, quem não teve que procurar um profissional, de uma especialidade pouco usual e, não contente com o atendimento, teve que pagar por uma consulta para ter uma segunda opinião?

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Pois é, a prática é mais comum do que se imagina devido as limitações cada vez maiores impostas pelos preços pagos por consulta aos médicos, pelos planos de saúde, que de acordo com o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Alagoas (Cremal), Fernando de Araújo Pedrosa, no caso dos melhores planos varia de 70 a R$ 90.

Esses preços têm estimulado muitos médicos a também fazerem atendimento particular.  Com isso os pacientes também começam a buscar formas diversas de atendimento. Foi o que aconteceu com o bancário Jardel Reis. Ele chegou a encontrar um especialista na área em Maceió, mas devido à complexidade do seu caso foi orientado pelo próprio médico a procurar um especialista em São Paulo.

Jardel Reis precisou pagar parte de procedimento negado por plano de saúde. (Foto: Acervo pessoal)

“Lá havia dois nomes, um pelo plano e outro particular. Pelo plano, nós tivemos muita dificuldade para aprovar, tanto que tive que entrar na Justiça, já que o plano contestou o encaminhamento para o tratamento. O perito do plano justificou que o tratamento é caro, que precisava de uma equipe, que a operação é muito cara. Só a parte instrumental custaria de 70 a R$ 80 mil e a parte médica custaria mais uns 40, R$ 50 mil, isso no plano”, explicou o bancário.

Com as dificuldades, ele procurou um médico particular para fazer o procedimento, que terá parte bancada pelo plano de saúde. “O médico particular, indicado por uma médica amiga, me deu um bom desconto para o pagamento da equipe médica, mas a parte hospitalar, da qual estamos tentando autorização para a realização da parte instrumental e de internação”, pontuou.

Jardel Reis, viajou para São Paulo no dia 7 de setembro para fazer a cirurgia mas, ele próprio afirma que se ao invés de um plano de saúde fosse beneficiário de um seguro saúde o problema já estaria resolvido.

“Acho que ajudaria, já que se eu fosse beneficiário de um seguro eu já teria pago o procedimento no caso de ter sido diagnosticado hoje, mesmo o ressarcimento não sendo integral, já ajuda muito. A gente no Brasil não tem a cultura do seguro, o que mais a gente ouve é ‘eu vou deixar seguro pra ninguém’, e isso é uma atitude egoísta”, ponderou.

O que diz o Cremal

Para médicos, a opção de ser credenciado a seguros saúde pode ser mais lucrativa, uma vez que as tabelas de preços cobradas de forma particular podem ser ajustadas e, em alguns casos, pagas de forma integral, onde o beneficiário poderá ser ressarcido integralmente pelo investimento.

(Foto: CosemsAL)

O presidente do Cremal, Fernando de Araújo Pedrosa, acredita que o seguro saúde seria uma opção de pagamento justa para os médicos, dentro da faixa que se cobra por consultas particulares, que varia de R$ 150 a R$ 600, em Alagoas, e com o benefício de reduzir os valores cobrados nas consultas particulares devido a livre concorrência.

“Essa é posição que eu, pessoalmente, defendo. É o médico sair do contrato com o plano de saúde. Vamos imaginar o seguinte, o plano de saúde reembolsa a consulta de até R$ 80, R$ 100, no seguro saúde ele vai pagar um pouco mais, mas vai ser reembolsado por isso. Aí alguém pode até dizer, isso vai virar uma grande especulação, mas se isso acontecer vamos ter mais médicos querendo fazer consultório, porque o próprio mercado se regula”, acredita.

Diferença entre plano de saúde e seguro saúde

(Foto: Reprodução Facebook)

De acordo com o corretor Iranildo Isidio da Silva, a diferença básica é a forma de pagamento pelo serviço prestado. Enquanto os planos de saúde pagam diretamente aos médicos ou estabelecimentos de saúde pelos serviços prestados o seguro saúde paga ao segurado o valor contratado na apólice para que ele pague ao profissional, mesmo que o profissional ou o serviço contratado não esteja na carta de conveniados do seguro.

“Os planos pagam de acordo com uma tabela estabelecida e apenas a médicos credenciados, já o seguro saúde paga o prêmio ao segurado que pode escolher, por exemplo, um médico de sua confiança, mesmo que ele não seja credenciado, e após a consulta ele ainda pode ser reembolsado”, explicou o corretor.

Ele disse ainda que o reembolso pode ser integral, dependendo do valor cobrado pelo profissional.  “Por exemplo, se o segurado quer se consultar com um médico credenciado, que cobra o preço médio do mercado, algo em torno de R$ 250, pode ter o reembolso integral da consulta, ou em caso de uma consulta com o médico não credenciado, ele poderá ser ressarcido parcialmente, ou seja, o seguro poderá pagar o valor conforme a tabela de preços e o segurado poderá complementar o restante do próprio bolso, reduzindo o valor do investimento”, garante.

Outra diferença é que os planos de saúde podem ser contratado por pessoas físicas, já os seguros saúde apenas para pessoas jurídicas, se os contratos tiverem no mínimo três segurados, o que somado a capacidade de escolha de um profissional, mesmo que ele não seja credenciado junto a seguradora, pode tornar o seguro uma opção viável para as empresas.

Mas também há semelhanças entre Seguros Saúde e Planos de Saúde, como por exemplo, o preço de manutenção desse serviço. “O custo anual é bem semelhante, mas isso depende do valor do prêmio. No geral, o investimento é bem semelhante a manter um plano de saúde, mas, particularmente, eu vejo mais vantagens no Seguro Saúde”, concluiu.

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