Semas promove I Seminário Maceioense LGBT

Publicado em 17/05/2016, às 18h01

Redação

O Dia Internacional de Combate à Homofobia, comemorado nesta terça-feira (17), teve início em Maceió com as mesas redondas direcionadas aos debates que envolvem as relações humanas e sociais dentro da temática de gênero e sexualidade, abordadas durante o I Seminário Maceioense de População LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O evento – promovido pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), através da Coordenação de Proteção às Minorias Sociais e Diversidade Sexual – reuniu, no auditório da reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estudantes, doutores e representantes de movimentos pró-Direitos Humanos, além da comunidade em geral.

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Com a proposta de fomentar as idéias e os projetos que defendem a igualdade social e o reconhecimento das diferenças, o seminário abordou as questões ligadas ao tema LGBT, em vários âmbitos, como o reconhecimento de identidade, o acesso à rede de educação e o combate ao preconceito.

A palestra de abertura foi realizada pela primeira  e única travesti doutora do Brasil. Luma Nogueira de Andrade, que tem doutorado em Educação pela Universidade Federal do Ceará, falou aos participantes sobre a difícil realidade das travestis nas escolas e como a sociedade começa a se comportar, diante do protagonismo das discussões que envolvem a ideologia de gênero.

“Infelizmente, por muito tempo, a sociedade vem tentando impor que só existe o heterossexual. Ninguém aqui é heterofóbico, pelo contrário, somos a favor dos direitos de todos os seres humanos. Todo mundo já sabe que a escola tem que reconhecer as diferenças e quando acontece isso todos ganham”, destacou Luma.

Com o tema “Pelo direito de ser o que você é”, a professora doutora também abordou as dificuldades que enfrentou na vida acadêmica, marcada por grandes conquistas, como a aprovação em concursos públicos e o reconhecimento entre os alunos. “Sou doutora para a felicidade de alguns e, infelizmente, tristeza de outros. Eu sou o que eu disser e sentir que sou”, completou a travesti.

A secretária de Assistência Social de Maceió, Celiany Rocha, levou ao auditório a visão da gestão municipal na luta pelos direitos da comunidade LGBT e falou das conquistas já apresentadas pela pasta em relação ao público.

“Tenho orgulho em pertencer à gestão municipal que criou o primeiro Conselho LGBT de Maceió e que faz questão de estar presente, se colocar à disposição e discutir, com a comunidade LGBT, a implantação de melhorias que impactem na qualidade de vida de toda a população. Para nós foi uma festa, quando nomeamos os primeiros conselheiros, mas nós queremos muito mais em favor do público LGBT e estamos trabalhando para isso”, disse Celiany Rocha.

Um levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB) mostrou que a cada 27 horas uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil. Desse total, 52% são gays, 37% travestis, 16% lésbicas, 10% são bissexuais. Segundo os dados divulgados em  2015, a homofobia mata inclusive pessoas não LGBT: 7% delas são heterossexuais confundidas com gays e 1% de amantes de travestis.

Além dos representantes da Prefeitura de Maceió, estiveram presentes no seminário a reitora da Ufal, Valéria Correia e os membros da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, além da Associação das Travestis e Transexuais de Alagoas (Asttal).

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