Será que acabou? 6 sinais de que um relacionamento chegou ao fim

Publicado em 04/10/2023, às 14h46
Reprodução -

Lívia Inácio / Folhapress

O mês de setembro foi marcado pela separação de casais famosos. O fim de relacionamentos como o de Sandy e Lucas Lima, que passaram 24 anos juntos, e o de Luísa Sonza e Chico Moedas, eternizado em uma música da cantora gaúcha, movimentou a internet nas últimas semanas. Mas, afinal, o que pode levar a um término?

LEIA TAMBÉM

A psicóloga Desirée Cassado, professora da The School of Life, em São Paulo, diz que as razões são diversas e compara um casamento ou um namoro a uma canoa que tenta chegar a um porto.

"Há casos em que um dos membros do casal abandona o remo. Em outros, ambos remam em direções ou velocidades distintas. E é assim que surgem falhas", diz.

Há pessoas que demoram a perceber o descompasso, se submetendo a relacionamentos nocivos por longos períodos. Foi o que aconteceu com Fernanda Barbosa, 34. A assessora de imprensa conheceu o ex-namorado no aplicativo Tinder e, depois de três anos de relação, o homem passou a humilhá-la e a se desinteressar pelos programas conjuntos. Mesmo assim, o namoro seguiu por quatro anos. A paulistana só resolveu terminar após ter "dado um tempo", e refletir sobre os insultos do ex.

Segundo especialistas, esse tipo de prorrogação é comum, principalmente entre mulheres em vínculos heterossexuais, socialmente responsabilizadas pela carga afetiva da relação.

O psicólogo Leonardo Lima, do Eco Medical Center, em Curitiba, diz ainda que a demora pode estar associada a traumas ligados ao luto. "Pessoas que perderam alguém podem estender relacionamentos tóxicos pelo medo de vivenciar outros tipos de perda", argumenta.

A dificuldade também é maior quando se coloca o relacionamento no centro da vida, criando uma dinâmica de dependência, culpa e isolamento, acrescenta a psicóloga Aline Oliveira, do Hospital Universitário Cajuru, de Curitiba.

"É importante se conhecer, fazer terapia, e jamais se afastar da sua rede de apoio, para não perder a identidade", diz.

Outro motivo que leva à postergação de um término, para Cassado, é o julgamento moral que pesa sobre uma separação. "Ela também pode ser um passo de desenvolvimento. Mas, na nossa cultura, não é encarada assim. Basta ver o quanto a Igreja condena o divórcio", diz.

Segundo os psicólogos, sempre há tempo de fazer um relacionamento dar certo, mesmo em meio à pior das crises. Mas é preciso disposição, diálogo e esforço mútuo para que o barco chegue ao porto. Do contrário, todo mundo se perde e a separação é necessária. Especialistas apontam seis sinais de que uma relação pode estar chegando ao fim.

VIOLÊNCIA - A violência física ou simbólica é o primeiro alerta de que uma relação é nociva. É importante ficar atento a qualquer sentimento de medo, culpa excessiva, dependência, isolamento e desequilíbrio de poder. Sair dessa condição é difícil, porque ela é sutil.

A psicóloga estadunidense Lenore Walker mapeou essa dinâmica no que chamou de ciclo da violência. Tudo começa com o aumento de uma tensão provocada por um parceiro, que, na sequência, agride, xinga, humilha ou maltrata. Em seguida, o abusador se arrepende, demonstra carinho e pede desculpas, para depois recomeçar o ciclo.

BRIGAS E DIFICULDADE DE DIÁLOGO - A falta de diálogo é outro entrave. Na visão de Cassado, a compreensão recíproca é o principal atributo de uma relação bem-sucedida, e, em muitos casos, não ocorre.

O ideal é que cada um se conheça e esteja disposto a enfrentar os próprios fantasmas para não projetar no outro frustrações não tratadas. Uma pesquisa publicada na revista Personal Relationship identificou que usar "eu", em vez de "você", para expressar emoções e necessidades sem atribuir culpa, pode contribuir com uma comunicação eficiente.

DESACORDO DE PROJETOS E VALORES - Quando, mesmo dialogando, o casal percebe divergências entre os valores e projetos de cada um, a relação dificilmente será saudável. Um artigo publicado na revista Personality and Individual Differences aponta que o desalinhamento de expectativas afetivas, financeiras e de vida fragiliza o vínculo. Ainda segundo a pesquisa, a compatibilidade de prioridades é determinante no sucesso de uma conexão.

FALTA DE CONFIANÇA - Acordos precisam ser dialogados e alinhados, mas também cumpridos, diz Cassado. A quebra recorrente de combinados, sejam eles relacionados a tarefas cotidianas ou ao entendimento que o casal tem sobre fidelidade, leva a insegurança e torna a relação insustentável.

FALTA DE INTERESSE DE AO MENOS UM DOS PARCEIROS - Para que um relacionamento dê certo, é importante que os envolvidos estejam dispostos a fazê-lo durar, comunicando e alinhando expectativas, e realizando concessões de modo equilibrado, sem anular a si mesmos. Quando uma das pessoas não tem essa disponibilidade, o namoro ou casamento não se sustenta.

RESISTÊNCIA A MUDANÇAS - Cassado diz que as pessoas se transformam, e um relacionamento longo precisa comportar as mudanças de cada um. Quando não há disponibilidade de crescimento e adaptação conjunta, fica difícil caminhar lado a lado.

"A gente está sempre mudando, e vamos viver muitas relações ao longo da vida. Nossas escolhas é que vão dizer se elas serão com pessoas diferentes ou com a mesma pessoa".

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Professor da Uneal conquista o 1º lugar no Prêmio Renildo José dos Santos Chega ao Brasil aplicativo onde prefeito de Nova York conheceu esposa Estudo aponta que um terço das mulheres evita fazer sexo por uma dessas 4 razões Comissão aprova acompanhante para pessoa autista ou com Down em exame de direção veicular