João Victor Souza e Eberth Lins
Durante mais um julgamento nesta quinta-feira (13), Albino dos Santos Lima, o “serial killer de Maceió" voltou a minimizar as atrocidades pelas quais é acusado e atribuiu a autoria do assassinato de Beatriz Henrique da Silva à divindade arcanjo Miguel.
LEIA TAMBÉM
"Eu que fiz isso, mas eu não estava normal. Eu estava dormindo em casa e o arcanjo Miguel me acordou. A laje desapareceu, eu vi um fogo vindo de cima pra baixo. Eu não me recordo, só me recordo chegando em casa de madrugada. E ele me disse que essa câncer maligno usou o próprio filho como escudo humano", disse o criminoso.
O serial killer, que já acumula mais de 140 anos de prisão pelas mortes e tentativas que foi julgado até o momento, ainda tentou manchar a memória da vítima, afirmando que a Beatriz, assassinada de forma brutal e sem possibilidade de defesa, tinha envolvimento com tráfico de drogas, o que já foi desmentido pelas autoridades policiais e judiciárias.
"Essa mulher era traficante de drogas, todos sabem disso, ela traficava em várias regiões. Ele [o arcanjo] me contou para ceifar esse joio, que vivia na sociedade traficando, roubando, e outras coisas mais que já falei nos autos. A ação, a execução, tudo isso, não era eu. Eu me recordo que chamava a Polícia e ela se escondia, por isso a Polícia nunca prendia ela", afirmou Albino.
O assassino em série ainda afirmou não se lembrar do assassinato e que tem problemas psicologios, o que também já foi descartado por laudo médico.
"Eu estava dormindo. É nessa parte que entra a minha anomalia mental, a loucura. Nessa ação tática de executar ela entra a minha insanidade, não era eu. Na minha família tem traços de loucura", disse.
Beatriz foi assassinada a tiros na Rua Cabo Reis, no bairro da Ponta Grossa, em Maceió, em 15 de dezembro de 2023. Ela teve a casa invadida por Albino, que atirou enquanto a mulher dormia, atingindo, inclusive, o filho dela de apenas quatro anos, que também estava na cama.
Albino é acusado de 18 homicídios e seis tentativas de homicídio, todos os crimes cometidos em Maceió, o que fez o alagoano figurar no ranking nacional entre os cinco maiores serial killers do Brasil.
LEIA MAIS