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O ataque a tiros a uma celebração judaica de Hanukkah na praia de Bondi, na Austrália, neste domingo (14), deixou 15 mortos. Autoridades locais investigam o caso, classificado como terrorista.
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Dois homens, que eram pai e filho, atiraram contra os participantes da festa no famoso ponto turístico de Sydney. Imagens nas redes sociais registraram a correria e o desespero dos presentes durante o ataque. O episódio repercutiu pelo mundo.
A vítima mais jovem era uma menina de 10 anos, que morreu no hospital. Entre outros já identificados pelas autoridades, estão dois rabinos e um sobrevivente do Holocausto.
Saiba mais sobre nove vítimas dos terroristas que já foram identificadas:
Matilda, 10 anos
A garota de 10 anos, vítima mais jovem do ataque, se chamava Matilda.
A escola russa Harmony, de Sydney, confirmou que ela era uma de suas alunas e falou sobre a menina em um comunicado na rede social Facebook:
"É com profunda tristeza que compartilhamos a notícia de que uma ex-aluna de nossa escola faleceu no hospital devido a ferimentos sofridos por um tiro. Nossos pensamentos e sinceras condolências estão com sua família, amigos e todos os afetados por este trágico acontecimento... Sua memória permanecerá em nossos corações, e honramos sua vida e o tempo que ela passou como parte de nossa família escolar".
Uma ex-professora da menina, Irina Goodhew, que organizou uma arrecadação de fundos para a mãe de Matilda, falou sobre ela à imprensa local:
"Eu a conhecia como uma criança brilhante, alegre e espirituosa, que iluminava a todos ao seu redor."
Em entrevista à ABC News, a tia da criança contou que a irmã de Matilda, que estava com ela quando foi baleada, está tendo dificuldades para lidar com a perda: "Elas eram como gêmeas. Nunca tinham ficado separadas".
Rabino Eli Schlanger, 41 anos
Conhecido como o "Rabino de Bondi", ele foi um dos principais organizadores do evento judaico que foi alvo do ataque.
Pai de cinco filhos, nascido no Reino Unido, Eli teve a morte confirmada por seu primo, o rabino Zalman Lewis, nas redes sociais:
"Meu querido primo, o rabino Eli Schlanger, foi assassinado no ataque terrorista de hoje em Sydney. Ele deixa esposa e filhos pequenos, além do meu tio, tia e irmãos... Ele era realmente uma pessoa incrível".
Schlanger era o chefe da missão local do Chabad, uma organização judaica hassídica internacional, que em uma publicação em seu site, revelou que o filho mais novo de Schlanger tinha apenas dois meses de idade.
"Ele foi o ser humano mais piedoso, humano, gentil e generoso que eu já conheci", disse Alex Ryvchin, do Conselho Executivo da Comunidade Judaica da Austrália, a repórteres em Bondi na manhã desta segunda-feira (15).
Alexandre Kleytman, 87 anos
Sobrevivente do Holocausto, Alexandre Kleytman morreu protegendo a esposa, Larisa, com quem era casado há 57 anos.
"Estávamos de pé e, de repente, veio o 'bum bum', e todos caíram. Ele estava atrás de mim e decidiu se aproximar. Acho que ele foi baleado porque se levantou para me proteger”, contou ela à imprensa, na porta do hospital, onde buscava informações sobre o corpo do marido.
O casal, que emigrou da Ucrânia para a Austrália e tinha dois filhos e 11 netos, frequentava o evento judaico na praia há muitos anos.
Em 2023, Alexandre e Larisa compartilharam parte de sua história de vida em vídeo para o relatório anual da instituição de idosos Jewish Care.
"Quando crianças, tanto Larisa quanto Alexander enfrentaram o terror indescritível do Holocausto. As memórias de Alex são particularmente angustiantes; ele recorda as terríveis condições na Sibéria, onde ele, junto com sua mãe e seu irmão mais novo, lutou pela sobrevivência", diz o vídeo.
Dan Elkayam, 27 anos
O cidadão francês teve a morte confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot.
"É com imensa tristeza que soubemos que nosso compatriota Dan Elkayam estava entre as vítimas do ataque terrorista que atingiu famílias judias reunidas na praia de Bondi, em Sydney. Nós nos solidarizamos com sua família e entes queridos, com a comunidade judaica e com o povo australiano", escreveu o ministro nas redes sociais.
De acordo com seu perfil no LinkedIn, Elkayam se mudou para Sydney no final de 2024 para assumir um cargo de analista de sistemas de informação em uma grande empresa.
Em suas redes sociais, o jovem compartilhava regularmente fotos de suas viagens e do seu dia a dia ao redor do mundo, principalmente no México, Indonésia, Tailândia e Austrália.
No Facebook, o clube local onde ele jogava futebol, o Rockdale Ilinden Football Club, prestou uma homenagem:
"Uma figura extremamente talentosa e popular entre os companheiros de equipe. Nossos mais profundos e sinceros sentimentos à família, aos amigos e a todos que conheceram Dan. Sentiremos sua falta".
Peter Meagher
O ex-policial estava trabalhando como fotógrafo freelancer no evento de Hanukkah quando foi morto.
A informação foi confirmada pelo Randwick Rugby Club, clube de rugby de Meagher, que revelou que ele passou quase quatro décadas na Polícia de Nova Gales do Sul, onde era "imensamente respeitado pelos colegas".
"Para ele, foi simplesmente um caso catastrófico de estar no lugar errado na hora errada. Marzo, como era conhecido, era uma figura muito querida e uma lenda absoluta em nosso clube. Com décadas de envolvimento voluntário, ele era uma das figuras centrais e a alma do Randwick Rugby. A trágica ironia é que ele passou tanto tempo na perigosa linha de frente como policial e foi assassinado na aposentadoria, enquanto tirava fotos em sua profissão que tanto amava. É realmente difícil de compreender".
Tibor Weitzen, 78 anos
O idoso estava no evento com a família e foi morto ao tentar protegê-los, segundo a organização judaica Chabad.
Membro da sinagoga local, ele foi descrito como "muito querido": "Levou alegria e sorrisos para todos".
Uma de suas netas, Leor Amzalak, disse a uma emissora australiana que ele havia imigrado de Israel para a Austrália em 1988.
"Ele só via o melhor nas pessoas e fará muita falta".
Reuven Morrison, 62 anos
Morador de Melbourne, o empresário estava no evento judaico que foi alvo do ataque porque era um doador frequente da sinagoga Chabad de Bondi, organizadora do evento.
Originário da União Soviética, ele contou em entrevista a uma TV local no ano passado que imigrou para a Austrália na década de 1970, quando ainda era adolescente. A família buscava segurança.
"Viemos para cá com a convicção de que a Austrália é o país mais seguro do mundo e que os judeus não enfrentariam esse tipo de antissemitismo no futuro, podendo criar nossos filhos em um ambiente seguro", disse ele.
Rabino Yaakov Levitan
A morte do rabino foi confirmada pelo Chabad, que o descreveu como um "coordenador popular" de suas atividades em Sydney.
Ele também atuou como secretário do Sydney Beth Din – um tribunal rabínico – e trabalhou no Centro BINA, que se descreve como um centro de estudos judaicos.
Marika Pogany, 82 anos
Segundo o jornal local "Sydney Morning Herald", Pogany era voluntária assídua e membro do clube de bridge Harbour View.
"Ela era uma pessoa fantástica, uma excelente jogadora de bridge e uma amiga ainda melhor. Incrivelmente leal. Eu a conhecia há 40 anos", disse Matt Mullamphy, diretor do clube.
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