Soluções inovadoras e conscientização: evento internacional debate plásticos nos oceanos

Publicado em 18/09/2025, às 11h24
- Pedro Acioli/TNH1

Pedro Acioli*

Inovações tecnológicas, políticas públicas e educação ambiental. Estes são os pilares de debate do II Workshop Internacional sobre Poluição Plástica nos Oceanos (IWPPO 2025) realizado em Maceió desde a quarta-feira (17) até a sexta-feira (19) no Centro Cultural João Sampaio e também no Núcleo de Pesquisa do Cesmac. 

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O evento tem o objetivo de discutir o problema da grande existência de plásticos nos oceanos do planeta, criando a conscientização das consequências do plástico e analisando o que diversos pesquisadores do mundo estão fazendo para resolver esse problema. 

O biólogo Marcelo Reis, um dos organizadores do evento, explicou que os plásticos podem afetar até o nascimento da vida humana, já que uma pesquisa realizada em Alagoas apontou a presença de microplásticos na placenta humana. 

“A maior ilha de plástico do mundo é uma que existe no Oceano Pacífico, que tem 57 vezes o tamanho do estado de Alagoas. É um problema absurdo. São bilhões de partículas plásticas que chegam aos oceanos todos os anos. Nós vemos que esse plástico quando quebrado em partículas, ele vai entrar na cadeia alimentar, nós já encontramos até em placenta humana, o que pode afetar até a sobrevivência do ser humano”, detalhou Marcelo. 

Ainda de acordo com Marcelo, a avaliação da ciência é que a reciclagem do plástico não é mais suficiente para a resolução da problemática, e sim que uma das soluções apontadas é a redução do uso de plástico. 

O workshop conta com especialistas de mais de diversos países, pesquisadores, representantes de órgãos governamentais, alunos de pós-graduação, graduação e até do ensino médio. Além de indivíduos de comunidades afetadas pela poluição marinha. 

Debates para mudança no futuro

Uma dessas pesquisadoras é a bióloga Bárbara Ramos Pinheiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que esteve presente para comentar sobre as fronteiras da ciência e da política no enfrentamento da poluição plástica. 

Segundo a especialista, é necessário uma colaboração entre os poderes públicos e a ciência para construir um futuro mais verde no planeta. 

“A gente precisa trabalhar com uma economia circular, uma economia azul para que a gente consiga diminuir ou até banir o uso de plástico, principalmente os de uso único. A gente tem que conseguir de uma maneira produtiva fazer com que o plástico entre nessa cadeia circular sem afetar o ambiente. Esse tem que ser o futuro.”

Soluções criativas 

Durante os dias do evento, especialistas e estudantes apresentam soluções criativas para a limpeza dos mares e para a conscientização da população. Uma das propostas é dos alunos Ever Gabriel, Júlio César, Vanessa Kalliny e Amanda Silva de cursos de licenciatura do Instituto Federal de Alagoas (Ifal). Eles pensaram na criação de um jogo para o ensino de estudantes. 

A brincadeira é digital e interdisciplinar, mesclando ciência e educação ambiental para alunos de ensino médio aprenderem se divertindo. 

"Nós vamos promover a reflexão crítica sobre o consumo e o descarte dos plásticos, ou seja, os alunos se tornarão cidadãos críticos e eles saberão que suas próprias escolhas podem impactar no hoje e no amanhã para gerações futuras”, explicou uma das idealizadoras. 
 
O jogo irá funcionar com perguntas regionais sobre meio ambiente e sobre preservação no ambiente, onde o aluno terá que escolher entre o meio ambiente e recursos financeiros. Veja como funciona: 

O evento

Essa é a segunda edição do evento que debate os plásticos nos mares. O primeiro foi realizado no ano passado em Curitiba com apoio do IWACP (Workshop Internacional sobre Avanços em Produção Mais Limpa). Neste ano, o IWACP será realizado em em Paris e os organizadores decidiram não acompanhá-lo para fazer um grande evento na capital alagoana. 

O IWPPO 2025 é promovido pelo Centro Universitário CESMAC e pelo Programa de Pós-Graduação em Análise de Sistemas Ambientais (PPGASA) da instituição. A iniciativa conta ainda com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio do Edital PAEP, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O workshop também está alinhado à Década dos Oceanos da ONU e ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14 (ODS 14) – Vida na Água, reforçando o compromisso internacional com a preservação marinha.

*Estagiário sob supervisão

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