Suicídio entre índios cresce 20%; relatório aponta desassistência do Governo

Publicado em 28/09/2018, às 10h50
Conselho Indígena Missionário -

TNH1

Um relatório publicado nesta quinta-feira, 27, pelo Conselho Indígena Missionário (Cimi) divulgou números sobre casos de violência contra os povos indígenas no Brasil. Um dos dados que mais chama atenção é o crescimento no número de suicídios: foram registrados 128 casos em 2017, 22 a mais que no ano anterior.

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Desses casos, os estados que apresentaram as maiores ocorrências foram Amazonas (54 casos) e Mato Grosso do Sul (31 casos).

Entre outros números, o documento também demonstra 110 casos de assassinatos, 702 casos dede mortalidade na infância (entre crianças de 0 a 5 anos), 847 casos de omissão e morosidade na regularização das terras, 27 casos de tentativas de assassinato e 19 homicídios culposos.

De acordo com o relatório, a falta de assistência do Governo Federal é um dos fatores que contribui para o agravamento desses casos, além de uma insegurança jurídica.

“Esta edição do Relatório explicita uma realidade de absoluta insegurança jurídica no que tange aos direitos individuais e coletivos dos povos indígenas no país. Para piorar, os Três Poderes do Estado têm sido cúmplices da pressão sobre o território, que pretende permitir a exploração de seus recursos naturais, e resulta em violência nas aldeias”, explica Roberto Liebgott, coordenador do Regional Sul do Cimi e um dos organizadores da publicação.

Os casos de assassinato foi o único que teve redução entre 2016 e 2017. Mas, assim como no registro de suicídio, as informações ainda são parciais, e estão sujeitas a atualização.

O documento ainda analisa a atual conjuntura política e sobre alguns temas específicos, como a ameaça ao futuro dos povos isolados (que evitam contato com a sociedade não indígena).

“Com Temer no comando do Executivo federal, os agressores se sentiram mais seguros para cometer seus crimes. A invasão e o esbulho possessório alastraram-se como pólvora sobre os territórios e ameaçam a sobrevivência de muitos povos, inclusive os isolados. Está claro que o Brasil foi tomado de assalto, feito refém de interesses privados da elite agrária, ‘agraciada’ com novas ‘capitanias hereditárias’, que são distribuídas em troca da morte dos povos que habitam os territórios”, avalia o secretário executivo do Cimi, Cleber Buzatto.

Fonte: Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2017

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