TCU alerta para alto risco de falta de insulina de ação rápida no SUS, a partir de maio

Publicado em 31/03/2023, às 20h26
Marcelo Moraes/EPTV -

G1

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou alto risco de desabastecimento de insulinas de ação rápida — medicamento utilizado no tratamento do diabetes mellitus — a partir de maio deste ano, no Sistema Público de Saúde (SUS).

LEIA TAMBÉM

Segundo a auditoria do TCU, o perigo existe devido:

Em nota, o Ministério da Saúde não confirmou nem desmentiu o risco de desabastecimento a partir de maio. Apenas respondeu que "atualmente, a rede do SUS está abastecida com as insulinas de aquisição do Ministério da Saúde para tratamento de diabetes".

"A atual gestão da pasta está empenhada em fortalecer e aperfeiçoar os processos, assegurando o acesso a medicamentos pela população brasileira", diz o restante da nota.

Questionado novamente se há risco de desabastecimento do remédio a partir de maio, o Ministério da Saúde não retornou ao g1.

Auditoria

A insulina de ação rápida geralmente é usada por pacientes com diabetes tipo 1, quando o pâncreas para de produzir o hormônio. Nesse caso, a caneta de insulina rápida é necessária para manter os níveis de glicose estáveis depois da ingestão de alimentos. Por isso, é aplicada antes das refeições, e faz efeito em torno de meia hora.

A fiscalização realizada pelo TCU foi aberta a pedido do Congresso Nacional. O objetivo foi apurar eventuais "irregularidades existentes nas compras, entregas e armazenamento dos medicamentos utilizados no tratamento do Diabetes Mellitus (DM)".

Segundo o relatório da Corte, havia em estoque 196.015 unidades de insulina de ação rápida. Ao TCU, o Ministério da Saúde informou que iniciou procedimento de compra direta emergencial do remédio, por dispensa de licitação.

O objetivo é adquirir 1.346.826 unidades do remédio. O processo também permite a participação de empresas internacionais, com produto que não tenha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, ao analisar os trâmites do procedimento, os auditores do tribunal entenderam que o risco de desabastecimento em maio permanece, pois a primeira remessa do medicamente chegaria, se não houver nenhum problema no caminho, em meados de junho.

"Sendo assim, seria quase certo o desabastecimento de insulina análoga de ação rápida de maio a meados de junho de 2023. Uma possibilidade mais positiva, seria uma empresa com produto registrado no Brasil antecipar a entrega da primeira remessa para 30 dias, ou antes, o que poderia evitar o desabastecimento, dependendo da cota ofertada", diz o relatório.

Diante do relatório, os ministros do TCU não expediram determinações sobre a situação, mas acompanham o caso.

Problema anterior

Em junho de 2021, o Jornal Nacional mostrou que as farmácias do SUS não tinham estoque de insulina de ação rápida.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

ANS inclui cirurgia robótica para câncer de próstata na cobertura obrigatória dos planos de saúde Maceió inicia vacinação contra o Vírus Sincicial Respiratório para gestantes Tratamentos que usam calor e frio são alternativas para câncer de próstata Chegam a Alagoas doses da vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório