Redação
Do economista alagoano Daniel Lima Costa, presidente da Associação Norte e Nordeste de Energia Solar:
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“Esta semana me reuni com um parlamentar em Brasília, e ouvi dele o seguinte: ‘seu setor é muito desunido’. Tentei ponderar com ele, mas no final concluí que ele tem toda a razão, vamos aos fatos:
Temos associações nacionais que representam toda a cadeia produtiva solar. Fabricantes, distribuidores, prestadores de serviços (inclusive as distribuidoras de energia e empresas coligadas a estas), entre outros segmentos.
Realmente, nesta situação, fica difícil tomar partido, principalmente quando em assuntos disputados por dois ou mais segmentos que integram essas associações.
Temos, também, associações nacionais que representam toda a cadeia produtiva, mas não tem em seu quadro de associados as distribuidoras de energia.
E por fim, temos associações regionais e estaduais onde os associados são empresas integradoras, que são aquelas que colocam a mão na massa.
Realmente fica muito difícil, quase impossível mesmo, ter um setor solar unido. Não tem como, vou dar um exemplo: um dia desses assisti a uma fala de um diretor de uma associação nacional, enaltecendo a gestão do ex-ministro da fazenda Paulo Guedes, as palavras foram essas: ‘fez um trabalho impecável’.
O Ministério da Economia, na gestão passada, prejudicou o setor solar de todas as maneiras possíveis. Emitiu estudos e pareceres contrários a geração distribuída, e cortou incentivos das fontes limpas centralizadas.
Mas, cada um tem sua opinião e deve ser respeitada.
O problema, a meu ver, é quando essas associações vão defender pautas que são do interesse de todo o segmento, e que precisam do apoio do atual Governo, aí começa a haver conflitos e a falta de apoio para assuntos importantíssimos para o setor.
E no meio desse tiroteio, estão milhares de empresas integradoras (projetam, vendem e instalam as usinas fotovoltaicas), que são as que mais empregam na cadeia produtiva e que são impactadas diretamente pelas decisões do legislativo e executivo.
Como as coisas não se resolvem, as empresas integradoras estão demitindo ou reduzindo seus quadros para caber no mercado que fica menor a cada dia, em virtude do desinteresse dos consumidores que se sentem perdidos diante de tantas mudanças, e pela competição desleal frente a grandes grupos, que só aumenta no mercado solar.
Fica a reflexão, e quem sabe, não está na hora de criarmos a Associação Brasileira das Empresas Integradoras de Energia Solar – ABEISOLAR. Parece brincadeira, mas não é, são tempos estranhos!!!”
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