Flávio Gomes de Barros
Texto de Leonardo Barreto:
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“Há um misto de sentimentos na cobertura sobre as mensagens pessoais do ex-presidente Jair Bolsonaro, vazadas pela Polícia Federal.
Uma parte destaca que o material é mais do que suficiente para justificar sua prisão preventiva.
Para esse grupo, ficou mais fácil evidenciar para o presidente Donald Trump que sua defesa do ex-presidente não vale a pena (uma visão talvez ingênua quando se conhece as verdadeiras causas da pressão, mas que serve para a batalha de narrativas).
Um outro grupo mostra incredulidade quanto ao nível de virulência do diálogo mantido entre Bolsonaro e o seu entorno, especialmente seu filho Eduardo, evidenciando o que já se sabia desde o seu período presidencial: a toxicidade da família que comandou o país entre 2018 e 2022 e que vitimou tantos aliados que se arriscaram a uma vida na corte.
Em inúmeros momentos da sua gestão, atores políticos do Congresso reclamaram da desconfiança excessiva, do clima de intrigas e da incapacidade de Bolsonaro conseguir criar laços políticos mais duradouros em razão de más influências.
Depois dessas mensagens, a explicação fica cristalina.
Mesmo em situação precária e não podendo negar receber ajuda, Eduardo Bolsonaro agiu para afastar Tarcísio de Freitas do grupo em razão de ciúmes e interesse de ser ele o candidato da família em 2026.
Isso tudo mostra que, embora Bolsonaro tenha uma enorme capacidade de causar terremotos políticos, decidir com pragmatismo e estratégia não é o forte da família.
Ter essa situação em mente é importante para quem tenta calcular o destino da direita em 2026, porque a convicção de que não há candidatura viável da direita sem o apoio de Bolsonaro começa a perder força.
A esperança de boa parte dos que torcem por Tarcísio era de que, depois de condenado e preso, Bolsonaro faria as contas e chegaria à conclusão de que a melhor forma de conseguir um indulto seria apoiar o governador paulista de forma antecipada e contundente.
Na direita, pode haver quem advogue que, mesmo com tantas condições objetivas jogando contra, nunca se poderá ter certeza sobre essa conclusão.
No entanto, olhando por outro angulo, essa desconstrução do ‘mito’…”
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