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Após a tragédia causada pelas fortes chuvas em Petrópolis em fevereiro, o número de casos de leptospirose, doença bacteriana associada ao contato com água contaminada, disparou na cidade, informa a Secretaria estadual de Saúde (SES). Nos três primeiros meses do ano, o município registrou 99 casos prováveis da doença; no mesmo período do ano passado, foram apenas três notificações.
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Com os temporais dos últimos dias, ocorridos em vários pontos do estado, a pasta alerta para a possibilidade de novos casos de leptospirose, cuja incidência aumenta após enchentes e alagamentos. O objetivo do alerta é evitar casos graves e mortes provocados pela doença. Pessoas que tiveram contato com a água ou lama de enchentes e que apresentarem febre associada a dores de cabeça ou a dores musculares devem procurar uma unidade de saúde, reforça a SES.
"É muito importante que a população procure imediatamente um médico caso apresente sintomas compatíveis com a doença. Os serviços de saúde também devem atentar para a inserção da leptospirose na suspeição clínica e diagnóstico diferencial de casos suspeitos de dengue e chikungunya. Historicamente, a notificação de leptospirose aumenta em períodos de chuva", diz o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, em nota enviada à imprensa.
Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do Ministério da Saúde, apontam que, no período de 2012 a 2021, foi registrada uma média 234 casos prováveis de leptospirose por ano no estado. Em 2011, com a ocorrência de chuvas fortes e enchentes no estado do Rio de Janeiro, foram notificados 704 casos prováveis da doença e 35 óbitos.
A leptospirose é uma doença causada pela bactéria Leptospira, se hospeda em alguns animais, principalmente ratos e outros roedores. A infecção acontece pela exposição direta ou indireta à urina desses animais. A bactéria invade o organismo através de pequenas feridas na pele, nas mucosas ou em membros que ficam imersos em água contaminada.
Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, que, embora se manifeste de forma branda em algumas pessoas, pode causar quadros graves. A primeira fase dos sintomas dura cerca de 3 a 7 dias e geralmente se caracteriza pelo aparecimento repentino de febre, acompanhado de dor de cabeça, dor muscular, anorexia, náuseas e vômitos, o que dificulta o diagnóstico diferencial de outras doenças que se manifestam de maneira parecida, como a dengue. Na última fase dos sintomas, a depender da gravidade do quadro, o paciente poderá apresentar icterícia (a cor da pele fica amarelada), insuficiência renal e hemorragia, mais comumente pulmonar.
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