Treino no Porsche? Por que exercícios em capô de veículo não são boa ideia

Publicado em 12/08/2025, às 20h51
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Carros esportivos demandam preparo físico de um piloto que queira extrair o máximo de sua performance, a ponto de um Fórmula 1 causar desmaios em condutores sedentários. A influenciadora Fernanda Campos relacionou essas questões de maneira curiosa, compartilhando, nas redes sociais, um treino funcional em cima do capô de um Porsche 911.

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A ideia incomum repercutiu além do seu 1,1 milhão de seguidores no Instagram. A educação física, porém, alerta para o risco à saúde de quem malha assim.

O que aconteceu

No vídeo, a influenciadora realiza uma série de agachamentos sobre um Porsche 911 Carrera Coupé. O esportivo de 385 cv está sem placa, mas pertence à última geração, lançada em 2019.

O design do para-choque corresponde ao de unidades produzidas entre 2019 e 2024. Mesmo usados, tais modelos custam entre R$ 670.000 e R$ 700.000 conforme o estado do veículo.

Segundo o manual técnico do 911, cargas pesadas devem ser colocadas sobre o teto, com uso de adaptador próprio que distribui a carga para as colunas estruturais. Mesmo assim, recomenda-se transporte de no máximo 75 kg.

Subir no capô — onde não há resistência garantida — pode amassá-lo facilmente. Cerca de 16,3 kg já são capazes de gerar alguma deformação permanente, segundo o ensaio padrão do meio automotivo.

Nesse caso, o conserto pode ir de R$ 40.000 a mais de R$ 100.000, estimou uma oficina da marca, extraoficialmente. Peças usadas também não saem por menos de R$ 30.000, além de desvalorizarem o carro na revenda.

Risco à saúde

Segundo a educadora física Maria Lúcia Rubens, a atividade física sobre o capô de um esportivo é perigosa por diferentes motivos. Um deles é a execução incorreta do exercício, causada pela superfície inadequada do capô.

"Os pés devem estar em chão plano e com bom atrito. Caso contrário, não há estímulo correto dos diferentes músculos do corpo".

O principal perigo, entretanto, é o risco de queda, com potencial de gerar fraturas e outras lesões graves. Nesse caso, o fato do capô ser tão 'amassável' é, também, um detalhe científico, ligado à segurança veicular.

Isso porque as fabricantes vêm seguindo normas internacionais para reduzir frequência e danos dos atropelamentos. Tais regras incluem o uso dos capôs amassáveis para amenizar, principalmente, os impactos de cabeça.

Também há detalhes ligados ao formato e deformação dos para-choques, pensando na prevenção de lesões dos membros inferiores. A principal delas é a UN R127, promovida pela ONU. Desde 1º de janeiro, ela já vigora no Brasil, em estágios graduais. A transição termina em 2030, quando todo veículo que sair de fábrica deverá segui-la.

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