Um mês depois da campanha "Milão Não Para", cidade italiana tem mais de 4 mil mortos

Publicado em 27/03/2020, às 08h35
Prefeito de Milão reconheceu que errou ao apoiar movimento "Milão Não Para" | Divulgação / Ansa -

Estado de Minas

O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, reconheceu que errou ao apoiar a ação divulgada com o lema "Milão não para", referindo-se às medidas para manutenção da economia e da vida social na cidade, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Nesta quinta-feira (26), completa-se exatamente um mês do lançamento da campanha. No momento da divulgação da hashtag na internet, no dia 26 de fevereiro, a Lombardia, região setentrional da Itália, tinha 258 pessoas infectadas pelo vírus, e o país inteiro contabilizava 12 mortes.

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Após um mês, Milão é a província da Itália mais atingida pela COVID-19, registrando 32.346 casos de pessoas contaminadas e 4.474 óbitos, de acordo com balanço da Defesa Civil divulgado nesta quinta-feira, 26 de março. Em termos quantitativos, a cidade abriga 40,1% da população italiana acometida pela doença, representando 54,4% das mortes no país.

“Muitos se referem àquele vídeo que circulava com o título MilãoNãoPara. Era 27 de fevereiro, o vídeo estava explodindo nas redes, e todos o divulgaram, inclusive eu. Certo ou errado? Provavelmente errado”, reconheceu Giuseppe Sala, em entrevista a uma emissora italiana. 

“Ninguém ainda havia entendido a virulência do vírus, e aquele era o espírito. Trabalho sete dias por semana para fazer minha parte, e aceito as críticas”, afirmou. 

O vídeo da campanha viralizou na internet em meio aos inúmeros casos de contaminação do vírus no país e após o governo ter decidido confinar 11 cidades do norte italiano, onde haviam sido registrados os primeiros casos de transmissão interna da doença. A produção exibida exaltava os “milagres” feitos “todos os dias” pelos cidadãos de Milão e seus “ritmos impensáveis” e “resultados econômicos importantes”. “Porque, a cada dia, não temos medo. Milão não para”, afirmava o conteúdo expresso no vídeo.

Itália

A Itália registrou 662 mortes em decorrência do coronavírus nas últimas 24 horas, 21 a menos que entre terça e quarta-feira, quando foram apontados 41 óbitos. O número total de mortos no país europeu chegou a 8.215. O total de pessoas contaminadas passou de 74.386 para 80.589 nesta quinta-feira. A contagem de pacientes que contraíram a Covid-19 e foram curados saltou de 9.632 para 10.361.

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