Visita de inspetores é adiada na Síria e Londres e Moscou trocam acusações

Publicado em 16/04/2018, às 13h28

Redação

A visita que inspetores internacionais fariam nesta segunda-feira (16) para analisar um suposto ataque químico na Síria foi adiada, levando a uma troca de acusações entre a Rússia e potências ocidentais sobre a responsabilidade pelo atraso. 

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O governo britânico disse que Damasco e Moscou impediram a ida dos agentes da Opaq (Organização para a Proibição das Armas Químicas) até a cidade de Douma, onde teria acontecido o ataque no dia 7 de abril que deixou cerca de 40 mortos e 500 feridos.  

Reino Unido, EUA e França culpam a Síria, que tem apoio da Rússia, pelo ataque, mas o governo do ditador Bashar al-Assad nega participação. 

Por isso, os três países autorizaram uma ofensiva aérea contra a Síria no sábado (14, noite de sexta no Brasil), mesmo dia da chegada dos inspetores da Opaq em Damasco. Moscou afirma que foi este ataque que acabou adiando a visita.

"O problema é a falta de garantias do Departamento de Segurança e Proteção da ONU para os especialistas da Opaq visitarem o local em Douma", disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov.

"O que tem impedido uma resolução rápida deste problema são as consequências da ação militar ilegal e ilegítima feita pelo Reino Unido e outros países no sábado", afirmou ele. Em resposta, o representante britânico na Opaq, Peter Wilson, afirmou em entrevista coletiva em Haia, na Holanda, que a equipe foi liberada pela ONU para ir a Douma, mas não conseguiu chegar ao local porque Rússia e Síria não deram garantias de segurança.

Ele disse que o acesso sem restrições ao local é necessário e que Damasco e Moscou devem cooperar com a investigação internacional. 

Já o enviado americano para a organização, Kenneth Ward, levantou a possibilidade da Rússia ter manipulado provas e ter alterado o local do suposto ataque químico. "Este conselho já demorou demais em condenar o governo sírio pelo seu reinado de terror químico e em exigir que os responsáveis por esses atos hediondos sejam punidos", disse ele. 

O governo americano ameaçou no domingo impor novas sanções contra a Rússia por seu apoio a Assad. Já Moscou afirma que os países ocidentais foram precipitados em culpar a Síria pelo ataque antes que a Opaq faça uma análise do local. 

A cidade de Douma fica dentro de Ghouta Oriental, região próxima a capital Damasco que estava sob controle rebelde até o governo sírio iniciar uma ofensiva para retomar o local em fevereiro.
Os bombardeios foram bem-sucedidos e as tropas leais a Assad conseguiram recuperar a maior parte do território -assim, o ataque químico teria sido usado para acabar exatamente com os últimos focos rebeldes na cidade.   

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