Voltando pra casa: mutum-de-alagoas será reintroduzido na natureza até o fim do ano

Publicado em 04/02/2016, às 08h45

Redação

Até o final deste ano, uma "mudança de endereço" deve reverter o futuro das espécies de mutum-de-alagoas. A ave, originária do bioma Mata Atlântica, está extinta na natureza, se reproduzindo, atualmente, apenas em cativeiro.

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Depois de enfrentar a destruição de seu habitat natural, por causa da expansão da cana-de-açúcar em Alagoas e por conta da caça, o mutum será reintroduzido na mata. A ação representa um marco para a continuidade da espécie.

As ações a serem adotadas para a reintrodução do mutum-de-alagoas em áreas preservadas da Mata Atlântica alagoana foram discutidas nessa quarta-feira (3), por representantes do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ministério Público Estadual (MPE) e Instituto de Preservação da Mata Atlântica (IPMA).

A previsão é que a ave seja reintroduzida no Estado até o final do ano. Para tanto há ações específicas sendo organizadas por um grupo de trabalho que é formado, além do IMA, MPE e IPMA, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Batalhão de Polícia ambiental (BPA), Centro Universitário (Cesmac) e a Organização Não Governamental SOS Herpetologia.

Segundo o diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes, o apoio do órgão ambiental acontece principalmente por meio da equipe de Gestão de Fauna, da Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação. Mas a participação das equipes do Herbário e de áreas protegidas também é importante.

“Toda a parte de conservação é fundamental, mas há ainda a equipe de educação ambiental, por exemplo, que deverá ser acionada quando for necessário”, comentou o diretor-presidente.

O procurador do MPE, Alberto Fonseca, disse que o mais importante “é que esse não é um projeto apenas para o mutum, mas para diversas espécies, principalmente de aves, existentes em Alagoas”. A afirmação é feita porque a reintrodução da espécie implica a preservação e recuperação de diversas áreas.

As áreas preservadas, como aquelas asseguradas pelas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), configuram locais fundamentais para o mutum e outras espécies ameaçadas de extinção.

“Quase a metade das aves ameaçadas na Mata Atlântica estão presentes no Nordeste. O projeto de reintrodução do Mutum assegura também a proteção para cerca de 30 espécies”, assegurou o representante do IPMA, Fernando Pinto.

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