123milhas ‘culpa’ clientes por crise no negócio, que tem dívida de R$ 2,3 bi

Publicado em 30/08/2023, às 15h35
Foto: Reprodução/Site 123milhas
Foto: Reprodução/Site 123milhas

Por TNH1, com o Tempo

A 123milhas disse, em seu pedido de recuperação judicial, que o comportamento dos consumidores influenciou, em parte, a atual crise da empresa. No pedido, protocolado nessa última terça-feira (29), a empresa relatou que esperava que os clientes do pacote Promo, sua opção mais barata e que está no centro da turbulência, também adquirissem outros serviços na plataforma. A empresa ainda relata que essa "migração" natural não aconteceu  e que esse fator teria ocasionado o não cumprimento dos seus compromissos.

Veja, abaixo, o trecho onde a empresa cita o comportamento dos consumidores

"A Requerente 123 Milhas reconhece que os resultados previstos mediante estudos preparatórios do Programa Promo123 acabaram não sendo atingidos, porque, por exemplo, se acreditava que para cada voo vendido, o cliente também adquiriria outros produtos atrelados à viagem (reservas de hospedagem, passeios etc.), mas isso acabou não ocorrendo na prática. Ainda, pode-se notar que o cliente do produto Promo123 é diferente dos demais clientes da companhia, uma vez que apenas 5% (cinco por cento) dos clientes frequentes da 123 Milhas efetivamente compraram os produtos do Programa Promo123, percentual muito inferior ao previsto e que impediu a efetivação do cross sell [venda cruzada] esperado”.

A 123milhas também culpa condições externas pelo estado em que se encontra agora. Ela afirma que lançou os pacotes Promo acreditando que o aumento da oferta de voos após a pior fase da pandemia de Covid-19 baixaria os preços. Ocorreu o contrário da previsão da empresa, e as passagens ficaram mais caras. Isso fez com que a empresa “não conseguisse adquirir tais produtos nos termos contratados com seus clientes”, afirma.

Ela atribui o fracasso do pacote promocional, ainda, às mudanças nos programas de milhas das companhias aéreas. Segundo ela, as empresas restringiram os usos das milhas nos últimos anos e, com isso, minaram a base do negócio de compra de milhas e venda de bilhetes aéreos. Outro problema, diz ela, é a criação de sistemas de segurança das áreas que dificultam a automação da busca de passagens e milhas mais baratas.

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