"Abri a porta de casa e vi meu filho ensanguentado", diz mãe de garoto baleado no ombro

Publicado em 03/05/2018, às 16h14

Por Redação

Uma mulher, mãe e dona de casa, viveu momentos de tensão há dois dias, no condomínio onde reside, no bairro Jacintinho, em Maceió. A angústia teve início quando ela ouviu o barulho de um tiro vindo da rua. Assustada, ela abriu a porta de casa e deu de cara com o próprio filho, um garoto de 9 anos, ferido no ombro esquerdo: “Mãe, fui atingido por uma bala [de borracha]”, gritou o menino.  

“Eu estava estudando em meu quarto quando ouvi o primeiro tiro. Eu gritei pela janela pelo meu filho pedindo para ele entrar em casa. Gritei por socorro e vizinhos me ajudaram", disse a mãe que não quis ser identificada com medo de represália.

Segundo os familiares, a bala foi disparada por uma guarnição do Batalhão de Trânsito (BPTran), durante abordagem policial no Mirante do Jacintinho, próximo ao local.

A mãe, desnorteada com o filho ferido, foi amparada pelos vizinhos que ajudaram a encaminhá-lo para o Hospital Geral dos Estados (HGE). Antes disso, ela relatou que a polícia se negou a ajudar.

"Um dos meus vizinhos falou com os policiais para prestar socorro ao meu filho, mas eles se negaram a socorrê-lo. Outro vizinho nos levou ao hospital", acrescentou.

Nesta manhã, o Portal TNH1 ouviu o major Filipe Lins, comandante do BPTran, que informou que a guarnição abordou pessoas que estavam consumindo drogas no Mirante do Jacintinho, mas foi rechaçada por populares favoráveis aos suspeitos, e precisou conter o tumulto.

O major ainda acrescentou que até hoje não tinha o conhecimento sobre a criança atingida pelos tiros e orientou a família a procurar a corregedoria para que os fatos sejam investigados.

Denúncia na Corregedoria da PM

Nesta tarde, a mãe e o advogado da família, Arnaldo Jorge, foram com o menino ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização do exame de corpo de delito. Após o registro, eles vão se dirigir para a Corregedoria da Polícia Militar de Alagoas para que o órgão investigue o caso. 

(Crédito: Letícia Sobreira* / TNH1)

"Vai caber ao corregedor da Polícia Militar apurar o fato da forma como aconteceu e punir a pessoa responsável pelo disparo com arma não letal, em público. Foi essa arma que ocasionou lesões graves em uma criança de 9 anos", afirmou o advogado.

Sobre a demora do caso vir à tona, o advogado explicou que a família aguardou o posicionamento do jurídico para dar início aos trâmites legais. 

“A família aguardou um posicionamento dos advogados. Como o fato foi comunicado ontem, nós tomamos as providências que o caso requer. Relatamos para a imprensa, e assim a população também vai saber que pode ser capaz de denunciar, pois não é correto fazer uma abordagem da forma que foi feita e atingir pessoas inocentes por falta de capacidade operacional da PM”, disse.

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