Um advogado foi preso sob suspeita de fornecer um endereço incorreto a assassinos, resultando na morte do motorista de ônibus Everton Henrique dos Santos, em Ponta Grossa (PR), em um erro de execução que teve como alvo um vizinho da vítima.
As investigações revelaram que o advogado utilizava o sistema do Tribunal de Justiça para rastrear endereços de desafetos de seus clientes, repassando essas informações a um grupo criminoso, que já estava envolvido em outros crimes.
As prisões ocorreram em Paraná e Santa Catarina, com apoio das polícias locais, e foram acompanhadas por mandados de busca e apreensão, enquanto dois suspeitos foram mortos durante o inquérito que durou mais de um ano.
Um advogado foi preso ontem suspeito de passar, para um grupo criminoso, o endereço errado aos assassinos do motorista de ônibus Everton Henrique dos Santos, 35, morto por engano na frente da mulher e da filha em setembro de 2024, em Ponta Grossa (PR). O alvo, na verdade, era um vizinho da vítima.
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O advogado foi preso ontem junto com seis outras pessoas suspeitas de participação na morte do motorista de ônibus. O nome dos suspeitos não foi divulgado, por isso a reportagem não conseguiu localizar a defesa deles.
"O repasse incorreto do endereço (pelo advogado) levou os criminosos a entrarem em uma residência vizinha, na qual mataram Everton Henrique dos Santos.", disse o delegado Nagib Nassif Palma, da Polícia Civil do Paraná.
Segundo a corporação, o advogado utilizava o sistema do Tribunal de Justiça para consultar e tentar rastrear o endereço do desafeto dos seus clientes. Ele, então, repassava as informações para a quadrilha.
Everton estava em casa com a mulher e a filha quando o imóvel foi invadido pelos criminosos. A hipótese de erro na execução foi levantada no início da investigação, segundo a Polícia Civil, e confirmada ao longo do inquérito.
As investigações, além do homicídio do Everton, envolvem também a identificação de um grupo criminoso envolvido em outros crimes, infelizmente com atuação de advogados que se utilizavam do sistema do Tribunal de Justiça para realização de consultas de endereços de pessoas que eram monitoradas por tornozeleira eletrônica. Eles repassavam esses endereços para criminosos cientes de que essas pessoas seriam assassinadas. Delegado Luis Timossi, da Polícia Civil do Paraná.
As prisões ocorreram nos estados do Paraná e de Santa Catarina e tiveram apoio também da Polícia Civil catarinense. Outros dois suspeitos de participação no crime foram mortos ao longo das investigações, que duraram pouco mais de um ano. Foram também cumpridos ontem seis mandados de busca e apreensão.
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