A Universidade de São Paulo (USP) está desenvolvendo uma substância que para muitos pacientes que lutam contra o câncer pode ser uma alternativa de tratamento, sobretudo para que já não tem outra saída. Durante 20 anos, os pesquisadores da universidade paulista vêm desenvolvendo a fosfoetanolamina.
Apesar de ser uma substância ainda não regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), muitos pacientes com alguns tipos de câncer em estado terminal têm buscado a Justiça para garantir o acesso à droga experimental.
Em Alagoas, um grupo organizado no Facebook pelos advogados George Oliveira e Tarciso Siqueira tem discutido o acesso à fosfoetanolamina para os pacientes aqui do Estado.
A ideia surgiu com a descoberta do câncer de intestino do pai de George Oliveira, há pouco mais de um mês. Com o agravamento da doença do pai, George passou a pesquisar por tratamentos mais eficientes para a doença. Por reportagens, o advogado descobriu o potencial da substância.
“Há cerca de dez anos perdi uma tia por conta do câncer. A substância vem sendo pesquisada há vinte anos. Se soubéssemos antes isso poderia ter sido evitado”, disse George Oliveira.
Ação na Justiça
Por se tratar de um medicamento ainda em teste, os pacientes estão buscando a Justiça para receber um lote de 50 pílulas. Devido à exposição de seus benefícios na mídia, a demanda tem aumentado de cinco para 20 dias o tempo determinado pela Justiça para que o paciente receba o medicamento.
“Só por meio da Justiça é que a USP tem liberado o acesso a fosfoetanolamina. Entramos com uma ação na Justiça de São Paulo nesta sexta-feira, 30. Estamos confiantes que o nosso pedido seja atendido”, disse o advogado Tarciso Siqueira.
Última esperança
A eficácia do medicamento ainda não está cientificamente comprovada. Com isso, alguns médicos têm desaconselhado o tratamento e até desacreditando os relatos de melhora apresentados pelos pacientes que usaram a droga.
“O nosso interesse é baseado em relatos de que o tratamento com a fosfoetanolamina chega a ser mais eficiente que alguns tratamentos tradicionais. Como ainda não está cientificamente comprovado, o uso da substância não elimina a quimioterapia”, comentou Tarciso.
Segundo o advogado, o tratamento com a substância produzida pela USP é a última esperança para os pacientes em estado terminal. “Nós pretendemos ter acesso o quanto antes ao medicamento, essa pode ser uma questão de vida ou morte”, completou.
Conheça o grupo no Facebook formado pelos advogados
*Estagiário sob supervisão da editoria
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