O advogado Geoberto Luna, único representante da defesa de Albino Santos de Lima, o "serial killer de Maceió", disse, em entrevista ao TNH1, que foi "pego de surpresa" após o acusado ter negado a autoria do atentado a tiros contra Alan Vitor dos Santos Soares, no bairro Vergel do Lago, em Maceió, em 12 de junho de 2024. Albino já havia confessado o crime em delegacia e em audiência de instrução, porém mudou a versão no dia do julgamento.
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Em conversa com Geoberto Luna, já no momento do júri, o assassino em série disse que admitiu ter atirado contra Alan Vitor, em outras ocasiões, por apresentar nervosismo e querer se livrar do processo.
"Anteriormente, na delegacia e na audiência de instrução, o Albino havia confessado o crime e nesse tribunal do júri resolveu negar. Ele afirmou que não havia comprovação de que foi ele, e eu como advogado dele, tenho que defender essa teoria", disse Luna.
"Fui pego de surpresa. Ele disse que estava nervoso e pressionado pelas condições pessoais e afirmou aquilo [que atirou] para se livrar do processo. Mas ele disse que nega a autoria e a minha obrigação como defensor é defender a negativa de autoria", acrescentou o advogado.

O promotor de Justiça, Antônio Villas Boas, declarou que a postura entre acusado e defesa causou estranheza e chamou o comportamento de farsa.
"Me causa estranheza que o advogado tenha dito que a tese defensiva é contrária ao depoimento do acusado. Quero crer que não. Na verdade é uma farsa. O acusado se atentou a uma ausência de exame de balística para afirmar a inocência, mas temos outros meios de provas", afirmou ao destacar como "esdrúxula" a versão apresentada pelo réu.

O júri
O júri está sendo realizado na 7ª vara Criminal da capital. A tese sustentada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas é de tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivo fútil e por meio de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Albino havia confessado a autoria de 18 crimes contra a vida e foi condenado por homicídio em três processos distintos. Ao todo, as penas somam mais de 85 anos de prisão.
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