Um alpinista de 39 anos pode enfrentar até três anos de prisão por homicídio culposo após a morte de sua namorada, que morreu congelada no pico Grossglockner, na Áustria, onde as condições climáticas eram extremas durante a escalada.
A investigação aponta que a mulher, com pouca experiência e vestindo equipamentos inadequados, entrou em colapso a poucos metros do cume, e o alpinista decidiu descer sozinho em busca de ajuda, deixando-a exposta ao frio intenso.
A promotoria acusa Plamberger de negligência grave, incluindo a escolha de escalar à noite e a demora no pedido de socorro, enquanto a defesa argumenta que ele não a abandonou, mas foi buscar ajuda, com o julgamento agendado para fevereiro de 2026.
Um alpinista de 39 anos pode pegar até três anos de prisão por homicídio culposo de namorada, que morreu congelada no pico Grossglockner, a montanha mais alta da Áustria, a 3.798 metros de altitude.
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Thomas Plamberger responde na Justiça por ter deixado Kerstin Gurtner sozinha, exausta e hipotérmica a apenas alguns metros do cume. O casal iniciou a escalada na noite de 18 de janeiro em condições descritas por autoridades como "extremas", segundo disseram promotores ao jornal local "Kronen Zeitung". A temperatura chegava a -20 °C, ventos acima de 70 km/h e visibilidade baixa.
A subida começou mais tarde do que o recomendado. A mulher, que tinha pouca experiência em situações parecidas, usava roupas e equipamentos inadequados para a subida da montanha. Ela usava botas macias de snowboard, impróprias para a escalada.
A cerca de 50 metros do cume, Gurtner entrou em colapso. Estava desorientada, com sinais claros de hipotermia e incapaz de seguir adiante. A promotoria sustenta que, por volta das 2h, Plamberger decidiu descer sozinho em busca de ajuda e deixou a parceira exposta ao frio intenso, sem abrigo contra o vento e sem utilizar mantas térmicas que carregavam. Imagens da montanha registram duas lanternas subindo e apenas uma descendo horas depois, o que reforça a ideia da versão de que ele a abandonou.
PEDIDO DE SOCORRO DEMOROU PARA ACONTECER
Segundo a investigação, o pedido de socorro também demorou. Mesmo com helicópteros de resgate circulando pela região às 22h50, não houve acionamento imediato. O primeiro contato com a polícia alpina só ocorreu à 1h35, mas o celular de Plamberger ficou inativo logo em seguida.
Segundo o "Kronen Zeitung", ele foi visto descendo sozinho por volta das 2h30 (18h50 no horário de Brasília) e só contatou o resgate de fato às 3h30 (23h30 no horário de Brasília). Socorristas só conseguiram chegar ao local na manhã seguinte, por volta das 10h (6h no horário de Brasília), quando Gurtner já havia morrido de hipotermia.
ACUSAÇÕES E DEFESA
A promotoria acusa Plamberger de homicídio por negligência grave e lista nove acusações. Entre elas, estão a escolha de escalar à noite, planejamento inadequado, uso de equipamento incorreto pela parceira, negligência às condições climáticas, ausência de proteção, demora no pedido de socorro e abandono da vítima em situação crítica.
A defesa afirma que ele não a abandonou, mas apenas desceu para buscar ajuda. Eles alegam que o episódio se trata de um "acidente trágico". O julgamento está marcado para fevereiro de 2026.
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