Uma estudante de medicina, beneficiária de uma bolsa concedida pela Prefeitura de Anápolis (GO), teve o auxílio suspenso após a administração pública suspeitar de incompatibilidades entre o estilo de vida da jovem e os critérios do programa.
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A situação veio à tona após publicações em redes sociais em que ela exibia viagens internacionais, o que levou a prefeitura a abrir uma sindicância e instaurar uma comissão para revisar os critérios e os beneficiários do programa “Graduação”.
A jovem recorreu judicialmente para tentar reaver a bolsa, alegando que contava com o benefício até o segundo semestre de 2024, e que a suspensão dos repasses a partir do início de 2025 gerou uma dívida de R$ 47,3 mil com a universidade particular onde estuda. Ela afirmou que a interrupção do auxílio a impedia de realizar a rematrícula para o segundo semestre de 2025. Inicialmente, a Justiça chegou a autorizar a rematrícula mesmo sem o pagamento, mas a decisão foi revertida após surgirem indícios de irregularidade.
Durante a auditoria determinada pela Prefeitura, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) identificou postagens da aluna em viagens ao exterior, além de experiências consideradas incompatíveis com o padrão de vida alegado para obter a bolsa. A partir dessas evidências públicas, o tribunal concluiu que havia elementos que colocavam em dúvida a veracidade das informações prestadas pela estudante ao pleitear o benefício.
Além disso, a Justiça destacou que a mãe da estudante, que atua como advogada e está cadastrada no processo como sua representante legal, possui uma renda mensal de R$ 8,4 mil. Ela também é sócia de uma empresa e recebe R$ 4,4 mil como servidora pública estadual. Segundo o promotor Alberto Cachuba, o caso será investigado por meio de um procedimento administrativo, para verificar se houve fraude ou omissão no preenchimento dos requisitos exigidos para concessão da bolsa.
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