Andressa Urach revela que já agrediu filho por achar que ele era gay: "Fui religiosa"

Publicado em 19/11/2025, às 08h25
Reprodução/Instagram
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Por Correio Braziliense

Andressa Urach revelou em um podcast que, sob influência de um radicalismo religioso, agrediu seu filho Arthur por medo de sua sexualidade, um ato que agora reconhece como distorcido e intolerante.

Ela refletiu sobre como sua vivência religiosa a levou a impor padrões rígidos, resultando em comportamentos controladores e violentos, além de um processo judicial perdido por um post considerado transfóbico.

Urach criticou a transformação das igrejas em instituições empresariais, defendendo uma espiritualidade que valorize a liberdade e a consciência individual, sem intermediários.

Resumo gerado por IA

Em participação no podcast "Sem Filtro", apresentado por Luiza Ambiel, Andressa Urach abriu o coração ao revisitar episódios marcantes e dolorosos de sua trajetória. A influenciadora falou publicamente sobre um momento em que, dominada por um radicalismo religioso, agrediu o próprio filho, Arthur.

Segundo ela, o ato foi motivado por medo e preconceito, sentimentos que hoje reconhece como distorcidos. "Quando eu estava na igreja, tinha medo de o Arthur ser gay. Eu cheguei a dar uma surra nele", iniciou ela.

"Dei uma surra porque ele tinha um amigo gay e eu achei que ele estava tendo um relacionamento homoafetivo. Questionei a masculinidade dele. Eu fui religiosa e intolerante", admitiu, com franqueza.

Andressa explicou que, à época, sua vivência religiosa a fazia acreditar que era necessário impor padrões rígidos a todos ao seu redor. Essa rigidez, diz ela, alimentou um comportamento controlador, que acabou virando violência e culpa.

"Eu fui muito religiosa e me arrependo de ter sido um fariseu, porque, daí, comecei a abrir mão das coisas que gostava de fazer. Acho que é isso que acontece com o religioso: o fato de ele não poder fazer e de estar sacrificando o seu eu faz com que queira obrigar os outros a fazerem também. Já que está se tornando uma pessoa infeliz por não poder ser livre e falar ou viver o que quer, quer impor essa coisa ruim aos outros também", refletiu.

Além da agressão, Urach relembrou outro episódio de intolerância que marcou sua trajetória: o processo judicial que perdeu após fazer um post considerado transfóbico. A publicação envolvia a imagem de uma mulher trans durante o Carnaval e, segundo ela, foi fruto de julgamento moral equivocado.

"Quando estava na igreja, cheguei a fazer um post sobre uma trans que fez um desfile de Carnaval e estava na cruz. Até perdi o processo contra ela porque fui intolerante religiosa. Eu nem sabia quem ela era. Peguei uma foto em que ela estava no Carnaval usando a imagem de Jesus e a coloquei na cruz. Eu atrelei ela ao pecado. Imagine quantas pessoas morrem hoje por causa dessa intolerância?", disse.

Ao longo da entrevista, a ex-modelo também criticou o meio religioso que frequentou por anos, afirmando que muitas igrejas hoje operam mais como empresas do que como espaços de fé genuína.

"Não preciso de intermediários, de consulta com o pastor ou qualquer coisa. Hoje, infelizmente, a religiosidade virou um CNPJ, uma empresa. Sou o que sou. Se eu sou put*, sou put*. Se eu sou crente, sou crente", afirmou, explicando que segue acreditando em Jesus, mas prefere uma espiritualidade baseada na liberdade e na consciência individual.

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