Após colocar unhas em gel, jovem é diagnosticada com infecção rara e grave no coração

Publicado em 17/11/2025, às 16h22
Brunno Afonso / Ascom Hospital Metropolitano de AL
Brunno Afonso / Ascom Hospital Metropolitano de AL

Por Agência Alagoas

Uma jovem de 20 anos em Alagoas foi diagnosticada com endocardite infecciosa após apresentar sintomas como febre e dor de cabeça, resultado de uma infecção originada em um procedimento estético de unhas em gel realizado sem a devida esterilização.

A infecção, que afeta a camada interna do coração, é rara, mas grave, e pode ser desencadeada por microrganismos que entram na corrente sanguínea através de feridas na pele, como as causadas por procedimentos estéticos inadequados.

A paciente está em tratamento no Hospital Metropolitano de Alagoas e a médica responsável destaca a importância de cuidados rigorosos com a higiene em serviços de estética, alertando que a falta de atenção pode levar a complicações sérias de saúde.

Resumo gerado por IA

Febre, dor de cabeça intensa e mal-estar constante. Esses foram os sintomas que levaram uma jovem de 20 anos a procurar atendimento médico em diferentes unidades de saúde de Alagoas. As suspeitas iniciais variaram entre enxaqueca e meningite, mas o quadro só foi esclarecido quando ela chegou ao Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), referência estadual em média e alta complexidade.

Após avaliação e exames realizados pela equipe multidisciplinar, os profissionais observaram uma infecção nas unhas, acompanhada de escurecimento da pele. Em conversa com a equipe, a jovem relatou que, dias antes de sentir os primeiros sintomas, havia ido a uma manicure para colocar unhas em gel.

A partir dessa informação, os médicos seguiram com a investigação e confirmaram o diagnóstico: endocardite infecciosa, uma infecção grave que atinge o endocárdio — a camada interna do coração. A porta de entrada para a bactéria foi o procedimento estético realizado sem os devidos cuidados de esterilização.

De acordo com a médica Thays A’vila, o caso serve de alerta. “A endocardite infecciosa ocorre quando microrganismos, como bactérias, entram na corrente sanguínea e se instalam no coração. Isso pode acontecer a partir de pequenas feridas na pele ou mucosas. No caso dessa paciente, a infecção teve origem em um procedimento estético feito sem a adequada esterilização dos materiais”, explica a médica.

A endocardite infecciosa é uma doença rara, mas potencialmente grave. Entre os principais sintomas estão febre persistente, fadiga, calafrios, dor muscular e manchas na pele. O tratamento exige internação hospitalar e uso de antibióticos por tempo prolongado — e, em alguns casos, pode ser necessária cirurgia cardíaca.

Thays A’vila reforça a importância da prevenção. “É fundamental que a população tenha atenção redobrada com os locais onde realiza procedimentos estéticos, como manicure, pedicure, colocação de unhas ou depilação. Os instrumentos precisam ser autoclavados — ou seja, esterilizados em alta temperatura — para eliminar qualquer risco de contaminação. Pequenos descuidos podem levar a infecções graves”, alerta.

A jovem segue em tratamento e passa bem, sob acompanhamento da equipe médica do Hospital Metropolitano. Por pedido dela e dos familiares, a identidade foi preservada. O caso chama a atenção para um hábito cotidiano que, se não for acompanhado de cuidado e higiene, pode trazer sérias consequências à saúde.

Gostou? Compartilhe