Após fraudarem vestibular de medicina, alunos do DF são expulsos

Publicado em 05/10/2017, às 16h09

Por Redação


Estudantes de medicina de duas faculdades privadas do Distrito Federal são suspeitos de comprar o gabarito dos vestibulares. Eles teriam sido aliciados por uma organização criminosa com sede em Goiás e desembolsado cerca R$ 80 mil por uma espécie de “kit-prova”.

Dos 55 suspeitos, 33 teriam comprado o material para fraudar o vestibular da Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (Faciplac); e 22 para o da Universidade Católica de Brasília (UCB). No entanto, mesmo com o esquema ilegal, nem todos teriam conseguido aprovação nos certames.

A Faciplac adiantou-se e expulsou cinco estudantes do curso de medicina. Em nota, a Universidade Católica de Brasília (UCB) informou ter instaurado procedimento interno para apurar o suposto envolvimento de dois alunos. “Caso seja comprovada alguma irregularidade, a instituição se compromete a tomar as providências cabíveis”, diz o texto.

O esquema foi desbaratato em julho deste ano, após a Polícia Civil de Goiás deflagrar a Operação Monge. Na ocasião, nove pessoas da quadrilha foram presas . O kit-prova era composto por um celular de modelo simples — não  identificado por detectores de metal —, e duas canetas pequenas com papéis brancos no tubo.

Um integrante da quadrilha com vasto conhecimento nas disciplinas cobradas no vestibular fazia a prova em menos de uma hora. Após deixar a sala de aula, repassava as respostas ao grupo, que encaminhava via SMS aos estudantes.

Eles deveriam pedir para ir ao banheiro, olhavam as respostas e anotavam nos papéis. A polícia suspeita que o esquema funcionava há pelo menos dois anos e não descarta que outras instituições de ensino do DF, de Goiás e de outros estados tenham tido seus certames fraudados.

O esquema proporcionava uma vida de luxo aos criminosos. Um deles chegou a comprar um apartamento no valor de R$ 1 milhão, segundo a polícia. Ao todo, a quadrilha atuou em pelo menos 11 vestibulares.

Entre as gravações apreendidas na ocasião, um dos responsáveis pelo esquema detalha as instruções de como entrar com um celular na prova. “Vai com três calcinhas, bota duas apertadas e a terceira, de preferência, sabe aquelas tipo de pano, que tem tipo uma espuminha por dentro? Usa ela para ela apertar mais e ficar macio. Vai dar tudo certo, se Deus quiser”, explicou.


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