Após mais de uma década impune, homem que matou mulher com tiro no quarto é condenado

Publicado em 08/07/2025, às 11h12
Ascom TJAL
Ascom TJAL

Por TNH1 com Ascom MP

José Dernival Pereira Silva, réu por matar a companheira com um tiro na cabeça no ano de 2011, foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado pela Justiça alagoana. Ele sentou no banco dos réus nessa segunda-feira (07), em Arapiraca, e o conselho de sentença acatou as qualificadoras de motivo torpe e recurso que impossibilita a defesa da vítima, sustentadas pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL), representado pelo promotor Ivaldo Silva.

Apesar de o crime ter sido contra uma mulher, não coube, pelo tempo em que ocorreu o fato, acrescer a qualificadora de feminicídio. "O crime foi em 2011, antes, portanto, da reforma do Código Penal, que passou a prever a qualificadora do feminicídio. Cabe pontuar, que desde 2024, com outra alteração no Código Penal, o feminicídio passou a ser crime autônomo em relação ao homicídio qualificado comum, com pena de 20 a 40 anos de reclusão, contudo a lei não pode retroagir para prejudicar o réu”, explicou o promotor de Justiça.

O caso

Maria do Socorro era o nome da vítima. No ano de 2005, ela iniciou relacionamento com José Denirval, quando tinha um filho de quatro anos e uma menina de apenas seis meses. Passados seis anos de convivência, no dia 20 de junho de 2011, ela foi encontrada morta.

“Todas as testemunhas afirmaram que a vítima era constantemente agredida, e que o réu sempre ameaçava que, se a vítima o deixasse, a mataria”, ressaltou o promotor.

Consta nos autos que, no dia do crime, o filho de Maria Socorro, então com 10 anos, ao chegar em casa no final da tarde, viu a mãe e o homicida ingerindo bebida alcoólica na área da residência.

Ambos teriam se recolhido ao quarto cedo, por volta das 18h. A criança, como de costume, antes de deitar, bateu à porta do quarto para avisar que ia dormir e pedir a benção. O menino disse que ouviu o criminoso falar em tom ríspido: “pode responder”. E Maria do Socorro teria dito: “Deus te abençoe”.

Na manhã seguinte, ao se dirigir ao quarto da genitora, o filho a encontrou morta com um tiro na cabeça. Próximo à vítima foram encontrados, também, estilhaços de garrafa de bebida alcoólica. José Denirval já havia fugido. 

“Os filhos, hoje o rapaz com 24 e a menina com 20, acompanharam o julgamento, notadamente emocionados. O Ministério Público cumpriu o seu papel e a justiça foi feita amenizando a dor irreparável que eles carregarão para o resto da vida”, concluiu o promotor Ivaldo Silva.

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