A procuradoria-geral da Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (23) a condenação à pena de morte de cinco pessoas pelo assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, ocorrido dentro de um consulado saudita em Istambul, na Turquia, em 2018.
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Outros três acusados foram sentenciados à prisão -as penas, não especificadas para cada um dos condenados, somam 24 anos. Dos 11 indiciados, o julgamento ainda inocentou três pessoas. Todos poderão recorrer da decisão.
Khashoggi, que era colunista do jornal The Washington Post, foi morto em outubro do ano passado. No dia 2 daquele mês, ele foi até o consulado para buscar documentos para o casamento com sua noiva, a turca Hatice Cengiz, mas nunca saiu de lá.
Quase três semanas mais tarde, a televisão estatal turca noticiou que ele havia sido morto em uma operação comandada por um oficial saudita. No final de novembro, o procurador-geral do país confirmou que a morte do jornalista foi premeditada -ele recebeu uma injeção letal.
Segundo a CIA, agência americana de inteligência, o crime foi ordenado por Mohammed bin Salman, príncipe saudita, para calar o jornalista, crítico do regime. Já a ONU apontou, em fevereiro, haver evidências de que Khashoggi foi morto de modo premeditado e brutal.
O julgamento saudita, no entanto, contrariou ambas investigações. Segundo o vice-procurador-geral saudita, Shalaan al-Shalaan, os funcionários do consulado teriam decidido matar o jornalista ali mesmo após verem que não seria possível levá-lo para outro local, onde continuariam, nas palavras dele, as negociações.
Realizado a portas fechadas, o julgamento foi alvo de críticas de entidades internacionais.
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