Os arrotos, ou eructação, embora geralmente inofensivos, episódios frequentes e intensos podem ser sinal de que algo não está bem com o sistema digestivo. Quando acompanhados de outros sintomas, como dor abdominal, sensação de inchaço ou alterações no trânsito intestinal, é importante investigar a causa.
LEIA TAMBÉM
Conforme o Dr. Renato Riccio, gastroenterologista do dr.consulta, rede de centros médicos, o arroto ocorre quando o ar ou os gases presentes no estômago são liberados pela boca. Esse processo pode ocorrer até 30 vezes ao dia sem que cause problemas significativos, já que é uma consequência normal da ingestão de alimentos e líquidos.
O problema surge quando os arrotos se tornam excessivos, interferindo na qualidade de vida do indivíduo e gerando desconforto diário. Além disso, o paciente pode apresentar outros sintomas, como sensação de estufamento, queimação, dor no estômago ou aumento da flatulência, indicando que a causa pode ser algo além de um simples desconforto digestivo.
Embora um médico seja a melhor pessoa para identificar a causa exata, existem algumas condições e hábitos que podem contribuir para o aumento da frequência dos arrotos:
Bebidas como refrigerantes, cervejas e águas com gás contém dióxido de carbono, o que aumenta a quantidade de ar que entra no estômago. Isso pode fazer com que o estômago se expanda, exigindo a eliminação desse ar por meio do arroto. Reduzir o consumo ou ingeri-las mais devagar pode aliviar o problema.
Comer rapidamente provoca a ingestão excessiva de ar, o que pode aumentar a produção de gases no estômago. Mastigar com mais calma, evitar distrações durante as refeições e comer em porções menores pode reduzir esse efeito.
Alguns alimentos podem favorecer a produção de gases durante a digestão, contribuindo para arrotos frequentes. Itens com altos teores de fibras, amido ou açúcar são os principais culpados. Entre os alimentos que podem causar esse efeito, destacam-se:
Substituir esses alimentos ou reduzir as porções pode ajudar a controlar os arrotos.

A gastrite é a inflamação do revestimento interno do estômago e pode ser causada por infecção pela bactéria Helicobacter pylori, uso excessivo de medicamentos anti-inflamatórios, consumo de álcool, tabagismo ou estresse crônico.
Além dos arrotos, a gastrite pode provocar sintomas como queimação no estômago, náuseas, perda de apetite e até mesmo sangue nas fezes. O tratamento geralmente envolve medicamentos para controlar a inflamação e reduzir a acidez estomacal. Sem o tratamento adequado, a gastrite pode evoluir para uma úlcera.
O refluxo ocorre quando o conteúdo do estômago sobe para o esôfago, provocando desconfortos como arrotos frequentes, queimação e regurgitação. As causas podem incluir hábitos alimentares inadequados ou condições como a hérnia de hiato. O tratamento depende de mudanças nos hábitos alimentares e, em alguns casos, do uso de medicamentos para controlar os sintomas.
A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é uma disfunção gastrointestinal que causa distúrbios no ritmo do trânsito intestinal, sem que haja alterações visíveis em exames. Entre os sintomas, estão arrotos frequentes, flatulência, dor abdominal, diarreia ou constipação. Embora as causas exatas não sejam totalmente compreendidas, o estresse pode ser um fator desencadeante. O diagnóstico é feito por um gastroenterologista, e o tratamento envolve o controle dos sintomas e, em alguns casos, acompanhamento psicológico.
Os arrotos constantes devem ser motivo de preocupação quando se tornam um problema diário, são acompanhados de dor intensa ou outros sintomas, como alteração no hábito intestinal. Nesses casos, é essencial buscar a avaliação de um profissional para diagnóstico e tratamento adequados.
Se não houver uma condição médica subjacente, alguns cuidados simples podem ajudar a reduzir os arrotos frequentes:
Em casos persistentes ou quando houver impacto significativo na qualidade de vida, a consulta a um médico especialista é fundamental para uma investigação detalhada e um tratamento eficaz.
Por Hiorran Santos
+Lidas