A Assembleia Nacional de Cuba tomou posse na manhã desta quarta (18), em uma sessão em que se espera que seja anunciado oficialmente o nome de Míguel Díaz-Canel, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado, como sucessor de Raúl Castro no governo cubano.
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Em sessão que começou às 9h (10h de Brasília), os 605 membros da Assembleia Nacional tomaram posse e confirmaram, por voto secreto, a proposta de nomes para ocupar os postos de presidente, vice-presidente e secretário da Assembleia.
Até as 11h, não tinha sido apresentada a proposta para o Conselho de Estado, cujos nomes ainda precisarão ser confirmados na quinta-feira (19).
Durante a sessão, foram lidos, um por um, todos os 605 nomes dos integrantes da Assembleia, a começar por Raúl Castro, seguido de Díaz-Canel.
A cerimônia, realizada no Palácio das Convenções -já que o prédio da Assembleia Nacional não comporta, em seu auditório, mais de 500 deputados- está sendo transmitida pela TV cubana, mas há pouca comoção nas ruas com a transição.
Às vésperas da troca no Conselho, nem mesmo os meios de comunicação cubanos, todos estatais, mencionavam a saída de Raúl. Apenas noticiavam, de forma muito breve, que a Assembleia Nacional se reuniria para votar o novo Conselho de Estado.
Após quase 60 anos dos Castro no poder, Raúl deixará o governo nesta quinta, mas seguirá à frente do Partido Comunista Cubano (até 2021) e das Forças Armadas -postos que de fato ditam a política na ilha. A expectativa, portanto, é que Díaz-Canel siga sob o comando do general.
O mandato do Conselho de Estado -que é formado pelo presidente, primeiro vice-presidente, outros cinco vice-presidentes, um secretário e mais 23 membros (na última legislatura havia 25)- é de cinco anos.
Ao chegar à sessão, Raúl foi aplaudido de pé por quase um minuto pelos outros membros da Assembleia. Ao seu lado, já estava sentado Díaz-Canel.
A visão de que a saída de Raúl não trará mudanças é partilhada pela grande maioria da população cubana, tanto por críticos do regime quanto por pessoas próximas a ele. A própria Assembleia Nacional tentava promover na terça (17), nas redes sociais, a hashtag #SomosContinuidad (somos continuidade).
As eleições em Cuba começaram em 2017, com a escolha dos membros das assembleias municipais, que, por sua vez, nomearam os candidatos às assembleias provinciais e à Assembleia Nacional. Em março, os cubanos foram à urnas apenas para confirmar a lista de 605 nomes apresentados para os 605 assentos da Assembleia Nacional.
São estes representantes que indicarão o presidente, o primeiro vice-presidente, e os outros 31 membros do Conselho de Estado.
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