A Polícia Civil identificou suspeitos e traçou linhas de investigação sobre o ataque a tiros contra a Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios, no domingo (9).
Os disparos atingiram portões e paredes da unidade, mas ninguém ficou ferido. A escola fica no território Xukuru-Kariri.
A polícia descarta, por enquanto, relação com o processo de demarcação de terras. Imagens de câmeras foram recolhidas e devem ajudar a investigação.
A Polícia Civil de Alagoas já identificou suspeitos e definiu possíveis linhas de investigação sobre o ataque a tiros contra a Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios, registrado na noite do último domingo (9).
LEIA TAMBÉM
Os disparos atingiram portões e paredes da unidade (assista abaixo), mas ninguém ficou ferido. A escola fica no território Xukuru-Kariri e atende estudantes da etnia.
Segundo o chefe de operações da 5ª DRP, Diogo Martins, o crime foi percebido por um vigia. "Ele ouviu os disparos e constatou os pontos em que a escola foi atingida", disse.
Até o momento, os investigadores descartam relação entre o ataque e o processo de demarcação de terras. Em nota (na íntegra ao final da matéria), o Sinteal havia levantado a possibilidade de atuação de grupos contrários à homologação das terras indígenas.
Os detalhes sobre os suspeitos e as linhas de investigação não foram divulgados. Imagens de câmeras de segurança foram recolhidas e devem ajudar a Polícia Civil a avançar no caso.
"Agora, buscamos aprofundar a qualificação e a motivação dos suspeitos, concluir o inquérito e remetê-lo à Justiça o quanto antes", afirmou o delegado.
As aulas ocorreram normalmente já na segunda-feira (10), segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
NOTA DO SINTEAL
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas vem a público manifestar repúdio ao covarde ataque sofrido pela Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino, em Palmeira dos Índios, na madrugada deste domingo para segunda-feira, 10 de novembro.
A unidade escolar fica localizada dentro do território Xukuru-Kariri, e atende estudantes daquela etnia, que vive atualmente um ambiente de intimidação e disseminação de informações distorcidas. Grupos mal intencionados que tem atuado criminosamente para impedir a homologação da demarcação das terras daquele povo tem transformado a vida da população, e principalmente dos povos tradicionais, em um verdadeiro horror.
Atacar uma escola com tiros amplia ainda mais a dimensão desse problema, rompendo com todo e qualquer respeito à comunidade. Não admitiremos que esse espaço seja invadido ou maculado por criminosos que não tem compromisso nenhum com a vida, com a humanidade, com a justiça e com a história do nosso país. O povo Xukuru-Kariri merece respeito, e que essas ações criminosas sejam devidamente investigadas e punidas de forma exemplar. Para que a paz seja reestabelecida o mais breve possível.
NOTA DA SEDUC
A Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc) repudia veementemente o ataque a tiros ocorrido na noite de domingo (09/11/2025) na Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Selestino da Silva, Aldeia Fazenda Canto, Terra Indígena Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios/AL.
A Seduc reconhece a gravidade do ato, que a comunidade Xukuru-Kariri interpreta como uma clara tentativa de intimidação, inserida no contexto de avanço da regulamentação do seu Território.
Para garantir a segurança e o bem-estar da comunidade escolar, o gestor da escola realizou o imediato registro de Boletim de Ocorrência (BO), e a Seduc acompanhará de perto a investigação junto às autoridades competentes.
Além disso, a 3ª Gerência Especial de Educação (GEE) está prestando apoio total ao gestor, e mobilizou recursos para garantir o suporte pedagógico e de acolhimento a toda a equipe e aos alunos.
Apesar do susto, a Seduc informa que as aulas prosseguiram normalmente nesta segunda-feira (10). A Secretaria reitera seu compromisso com a segurança e o bem-estar de todos, garantindo o respeito e apoio às reivindicações do Povo Xukuru-Kariri, em defesa da vida, da educação e da paz.
LEIA MAIS
+Lidas