Ataque cibernético de larga escala atinge vários países da Europa

Publicado em 27/06/2017, às 12h41

Por Redação

Um ataque cibernético de larga escala foi registrado em vários países da Europa desde o começo da manhã desta terça-feira (27). De acordo com o Ministério do Interior ucraniano a ação se dá com o uso de um vírus de computador identificado como WannaCry, o mais recente software mal intencionado de ataque global que sequestra sistemas informáticos.

O primeiro país a registrar o ataque foi a Ucrânia onde a rede de comunicações do Governo de Kiev estaria comprometida e o aeroporto da capital alerta para atrasos nos voos. Além da Ucrânia, há registo de ataques contra empresas como a Evraz, Rosneft (Rússia), Maersk (Dinamarca), WPP (Reino Unido) e o porto de Roterdã (Holanda).

O vice-primeiro-ministro ucraniano Pavlo Rozenko divulgou há algumas horas uma imagem de um monitor de um computador do governo atacado pelo ransomware.


"Aviso: Não desligue o seu computador! Se abortar este processo, pode destruir todos os seus dados! Por favor, certifique-se que o seu cabo de energia está ligado!", lê-se no ecrã.

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Та-дам! Секретаріат КМУ по ходу теж "обвалили". Мережа лежить.

As proporções do ciberataque são ainda desconhecidas. Há empresas de outros países afetadas, como a gigante da alimentação, Mondelez, e a firma de advogados DLA Piper, ambas de Espanha. Ambas as empresas comunicaram problemas com os sistemas de informática relacionados com o ataque, diz o El Confidencial.

Aleksander Turchynov, secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, afirma que há sinais do envolvimento da Rússia no ciberataque desta terça-feira.

O ataque apresenta várias semelhanças com o que ocorreu em maio deste ano e que atingiu várias empresas e instituições europeias, incluindo algumas portuguesas. O vírus, identificado como um ransomware, faz um pedido de resgate para que os arquivos afetados sejam de novo desencriptados.

No caso do ataque desta terça-feira, parece tratar-se de uma nova versão do Petya, diz à BBC o especialista da Universidade de Surrey, Alan Woodward. “O mais provável é que seja uma versão atualizada do Petya, uma vez que no ano passado foi desenvolvida uma ferramenta que permite desencriptar os ficheiros afectados sem fazer qualquer pagamento do resgate”, aponta.

Em Maio, o software malicioso WannaCry (ou WannaCrypt, ou uma variante deste nome) espalhou-se por email (quando um anexo era aberto) e propagou-se também de um computador infectado para outros computadores aos quais este estivesse ligado. Na oportunidade o ataque afetou computadores com o sistema operacional Windows, da Microsoft.

Uma vez instalado nos computadores, o software encriptava muitos tipos de arquivos, fazendo com que os utilizadores deixassem de ter acesso à informação. Entre os ficheiros afectados estavam documentos do Word, Excel e Powerpoint, bem como tipos de imagem comuns (com extensões como gif, jpg e png), arquivos de som e de vídeo.

Numa mensagem mostrada nos computadores afetados, os responsáveis pelo ataque exigiam um pagamento de $ 300 dólares por computador. Se o pagamento não fosse feito em três dias, o montante pedido duplica. A mensagem ameaçava apagar os ficheiros ao fim de sete dias. É por exigir um resgate (ransom, em inglês) que este tipo de software se chama ransomware.

Em Abril, ainda antes do ataque global de Maio, Paulo Pena escrevia sobre os vários problemas levantados pela dependência dos serviços públicos europeus face ao software da norte-americana Microsoft.

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