Sessenta e cinco aves que estavam nos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Alagoas e em Sergipe foram transportadas durante três dias, de 14 a 16 de setembro, por via terrestre, para reabilitação no Cetas do Ibama em Goiás. A operação teve como objetivo a conservação desses exemplares da fauna silvestre, que serão restituídos à natureza.
LEIA TAMBÉM
Ao todo, 60 papagaios-verdadeiros (Amazona aestiva), duas araras-canidés (Ara ararauna) e três araras-vermelhas (Ara chloropterus) viajaram ao Cetas em Goiânia em duas viaturas do Ibama, de forma segura, respeitando-se suas especificidades biológicas. As aves foram acondicionadas de forma organizada em viveiros adequados nos veículos. Durante o percurso, a equipe inspecionou os animais, observando alimentação, hidratação e seu bem-estar geral. A operação contou com suporte de servidor veterinário e biólogo do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA).
Quase metade dos animais (49%) transportados havia chegado aos Cetas de Maceió (AL) e de Aracaju (SE) por meio de entrega voluntária dos cidadãos, enquanto 24% vieram de apreensões realizadas em operações de fiscalização e 27% de resgates feitos por instituições estaduais e federais.

Reabilitação
A reabilitação de psitacídeos, como os que foram transportados, é um processo que visa devolver os animais ao habitat, permitindo que vivam de forma autossuficiente e se integrem a uma população selvagem. “Esse não é um trabalho fácil, já que a maioria dos animais vem de cativeiro ou chegam ao centro debilitados, oriundos do tráfico”, explica Vanessa Karine Souza, servidora do Ibama que atua no Cetas em Alagoas.
O tempo de reabilitação, por sua vez, varia de acordo com a resposta de cada animal.
Inicialmente, o espécime é recebido e passa por avaliação clínica para qualificar o estado de saúde. Após, é estimulado ao desenvolvimento físico, como fortalecimento de asas, em viveiros adequados, como também recebe alimentação natural, semelhante à que encontrará na natureza.
A análise comportamental também faz parte do processo de reabilitação e é crucial para determinar a capacidade do indivíduo de retornar à natureza, incluindo a avaliação de suas habilidades vocais, alimentação e interação com o ambiente.
Se apto, o animal é solto em local adequado e cadastrado no Ibama, de acordo com a área de ocorrência e suporte de alimentação e água, de forma gradual e com acompanhamento dos técnicos responsáveis.
Por meio de ações de Educação Ambiental, faz parte desse processo a sensibilização da população local sobre a importância da proteção da fauna silvestre e a difusão de informações sobre os riscos, danos ambientais e implicações legais da captura ou manutenção ilegal de animais silvestres.
LEIA MAIS
+Lidas