Mesmo estando lado a lado de Arlindo Cruz até no momento mais delicado, após o AVC em 2017, assim como nos últimos dias do sambista, Babi Cruz sofreu com julgamentos nas redes sociais. Começou pela forma como noticiava ou não o estado de saúde do cantor. Passou depois para a forma com que a família deu pulos para gerir a situação financeira de todos. Mas nada se comparou, e segue até hoje, com as pedras que a empresária recebeu ao assumir um namoro em 2023.
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Na biografia "O sambista perfeito", de Marcos Salles, Babi disse que teve uma conversa franca com os filhos, Flora e Arlindinho, antes de se abrir de fato a um novo amor. "Há uns dois anos, já vinha conversando com os meninos. Comecei a reclamar da solidão, que estava grande, muito grande. Nossa cama era uma king, troquei para uma queen e ainda estava grande. Vim para uma de casal comum e já estava indo para uma de solteiro, porque o espaço vazio, sem ter a perspectiva de ser preenchido, já começava a me doer", disse ela.
Em conversa com outras pessoas, a carioca era perguntada com frequência se sentia falta de sexo, por conta do estado de saúde de Arlindo. "Eu dizia que meu foco estava virado para outro viés. 'Não estou aqui para isso, não está me incomodando, não está me fazendo falta'. Eu estava me alimentando de outras questões", dizia ela. Mas a falta de ter alguém foi pesando e continuou a conversa com os filhos:
"Disse para eles que estava me preparando para me relacionar e antes dessa bomba estourar eles já sabiam. A Flora que teve um pouquinho mais de resistência. Tem gente que não espera cinco horas para transar, cinco dias, cinco meses. Eu já passei de cinco anos. E sem a menor perspectiva. Fiquei alimentada da nossa última transa no dia 17 de março de 2017, às dez da manhã, que perdurou esse tempo todo".
O namorado de Babi Cruz
Babi Cruz conheceu André Caetano durante as eleições de 2022. Ela disputava uma vaga para deputada estadual no Rio de Janeiro e ele era um dos coordenadores da campanha. O relacionamento só se tornou público meses depois, em meio ao carnaval, durante a apuração que rebaixou o Império Serrano para a Série Ouro da competição.
Um repórter perguntou para a mãe de Flora e Arlindinho se ela estava se relacionando com um segurança de Arlindo Cruz. "Ele nunca foi segurança, nunca me relacionei com nenhum funcionário, jamais faria isso e não cabe dentro da minha dignidade. Mas estou me relacionando sim com o André Caetano, que nunca teve uma aproximação com Arlindo. Quis evitar informação errada", disse ela.
Na época, os filhos pararam de seguir Babi e uma nova polêmica estava formada. Na biografia, ela diz que tudo foi combinado entre eles "para não verem as tolices, as agressões, as aberrações que estavam falando. Foi tudo em comum acordo, deixar pegar fogo e rezar. Sabia que isso ia passar e que a verdade nós sabíamos. Eu sou mau caráter? Não. E também não sou uma piranha. Não tenho talento e, nem se eu quisesse, não seria. Sou digna demais".
Depois, Babi também deixou claro que, independentemente de quem fosse o eleito, ela jamais abandonaria Arlindo Cruz. "Está na hora de pensar em mim. O Arlindo é a prioridade da minha vida, uma prioridade da minha família e, se eu vier a me relacionar com alguém, quem quer que seja, vai ter que ter o Arlindo como prioridade", disse ela à Fábia Oliveira.
'Ninguém viu minha solidão'
Babi e Arlindo Cruz ficaram juntos por 40 anos. Eles se conheceram quando ela tinha 14 anos. Nessas quatro décadas, viveram alegrias e dores. Mas nada se compara a ver o marido por anos em uma cama de hospital sem se comunicar. O estado de saúde do sambista, assumir novas funções, assim como as críticas a afetaram diretamente.
— Ninguém me viu emagrecer 25 kg e depois engordar mais de 30. Ninguém viu meu cabelo cair todo e ficar quase careca, tendo que usar peruca. Ninguém viu o meu sofrimento, a minha solidão, a minha depressão. Conheci o buraco mais fundo do que o fundo do poço. Meus filhos diziam: 'Mãe, você vai morrer e meu pai vai ficar aí'. Eu só tomava água, café, remédio para depressão e fumava cigarro. Foram cinco anos e meio dormindo sozinha — contou Babi, ao EXTRA, em julho deste ano no lançamento da biografia.
A empresária viveu dilemas internos também antes de buscar um novo amor. Ainda mais pela forma como enxergava o próprio estado civil.
— Não sou separada, não sou viúva, nem solteira. Tenho um marido com o diagnóstico de inconsciência definitiva, que não volta mais, que não tem a possibilidade de ter uma vida consciente. E esse estado civil, pela lei, não existe. Dezenas de pessoas me procuram e contam suas situações. Tem um que me marcou muito, que é o de um homem cuja mulher sofreu um acidente de moto, está inconsciente há 13 anos, ele se casou novamente, tem uma filha do novo relacionamento e está com dificuldade de registrar a menina porque precisava da autorização da esposa dele.
Arlindo Cruz teve caso extraconjugal
Quem costuma sair em defesa de Babi nas redes sociais logo lembra que Arlindo Cruz teve casos extraconjugais durante o casamento deles. Em uma das puladas de cerca, o sambista até teve um filho, Kauan Felipe, que nasceu meses depois de Arlindinho, o primogênito. O caso traz feridas para a empresária, mas ela evitava usar este histórico para justificar a nova relação:
— Essa dor foi superada lá atrás. Os juízes de plantão, para poder me absolver, como se eu precisasse ser absolvida pela opinião pública, querem condenar o Arlindo por coisas passadas. E nenhuma atitude foi levada em consideração na hora das minhas decisões. Cada situação é superada, e a vida segue em frente. Tudo ficou lá atrás. O que não dá é você ficar convivendo com aquela dor, tirando a casca daquela ferida e não a deixar cicatrizar. Só dói quando você mexe.
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